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CGU vê fraude na Saúde durante gestão de Padilha
Ex-ministro diz que desmontou quadrilha e que a PF agora continua o seu trabalho
Auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre fraude na licitação do Ministério da Saúde ocorrida na gestão Alexandre Padilha (PT) aponta que a fraude foi conduzida pela gestão central da Secretaria Especial de Saúde Indígena em Brasília, órgão subordinado à pasta.
A revelação da CGU contraria discurso d Padilha, candidato ao governo de São Paulo, que disse na quinta que todo o processo de licitação foi feito pelo Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia.
O caso também está sob investigação do Ministério Público Federal e da PF, que na quinta apreendeu documentos nas sedes das empresas ligadas à possível fraude.
A CGU constatou licitação simulada e superfaturamento de R$ 6,5 milhões.
"Os autos do processo (...) revelam que a instância decisória na simulação da licitação em questão foi a gestão central da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) em Brasília", diz o relatório. Sequência de e-mails obtida pela CGU mostra que a gestão em Brasília "conduziu todo o processo". A responsável foi a consultora da pasta Beatris Gautério de Lima, um dos alvos da operação da PF. A Folha procurou as assessorias da pasta da Saúde e de Padilha, mas não teve resposta.
O Ministério da Saúde disse na quinta que a operação da PF foi resultado de solicitação da própria pasta, que identificou as irregularidades e afastou oito servidores: Beatris não trabalha mais para a pasta. Padilha disse na quinta que "há sete meses fizemos a apuração, desmontamos a quadrilha e agora a PF tem que continuar seu trabalho". Beatris não retornou os contatos da Folha.