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Réplica

Audiência de 'crise da água' mostra interesse do leitor

Quem clicou no especial dedicou sua atenção a ele: Em minutos, o tempo médio de leitura da reportagem multimídia é mais que o triplo do usual numa reportagem da Folha

MARCELO LEITE COLUNISTA DA FOLHA ROBERTO DIAS SECRETÁRIO-ASSISTENTE DE REDAÇÃO

No domingo passado, a ombudsman discutiu o especial "Crise da Água". Em sua opinião, o modelo escolhido para apresentá-lo "é a senha para [o leitor] desistir ou adiar para quando sobrar um tempinho'".

Um aspecto fascinante do mundo digital é que o comportamento do leitor pode ser medido. É possível rastrear em detalhes como o internauta reage a cada conteúdo. Por exemplo: existe ferramenta capaz de saber se alguém aproximou o mouse de determinado link sem de fato clicar nele.

Na Folha, a principal régua para medir o comportamento do leitor chama-se Adobe Analytics/ Omniture. Os números que ela mostra não endossam a opinião da ombudsman.

O especial "Crise da Água" teve 132 mil visitantes únicos desde sua publicação, em 15 de setembro, até a manhã de sexta (26). Não é uma audiência pequena. Apenas como comparação, esse número, construído em 12 dias, representa mais que o dobro do público do conjunto das 20 colunas que a atual ombudsman publicou desde que assumiu o cargo, em abril.

Outra métrica usual é o número de páginas vistas, que inclui textos e fotos. "Crise da Água" teve 2,98 milhões. Isso equivale a toda a audiência acumulada pelas 570 reportagens publicadas neste mês pela Folha em seu noticiário internacional. Fica difícil acreditar que dividir o material em mais e mais pílulas signifique mais audiência.

ERRO

Por sinal, a ombudsman erra ao escrever que as reportagens do especial "poderiam ter saído separadas, como série, ou ao mesmo tempo, mas com capítulos para facilitar o acesso a cada uma de forma independente". Elas saíram, sim, em três capítulos, como está explicado na introdução, e eles podem ser lidos em qualquer ordem.

Os números da ferramenta também não permitem concluir que "as páginas do especial estão mais próximas de um livro didático do que de um relato que segura o leitor", como afirmou a ombudsman.

Quem clicou no especial dedicou sua atenção a ele: em minutos, o tempo médio de leitura da reportagem multimídia é mais que o triplo do usual numa reportagem da Folha.

Feito para ser lido/visto/ouvido não apenas em desktops, mas também em celulares e tablets, "Crise da Água" se soma a outras experiências que a Folha fez e continuará fazendo para publicar informações digitalmente. Inexiste expectativa de que um ou outro formato prevaleça. Mais provavelmente vários deles conviverão dentro das versões digitais da Folha --prova disso são os blogs, formato que resiste há mais de 15 anos a seguidos "decretos de morte".

O tempo do leitor tem fim, certamente, mas acreditar que por causa disso não exista espaço para formatos mais imersivos parece um erro, como mostram os números de "Crise da Água".


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