Folha de S.Paulo

PSB é a sigla que mais manteve prefeituras

RICARDO MENDONÇA EDITOR-ASSISTENTE DE “PODER”

Além de ter sido o partido que mais cresceu entre as siglas de médio e grande porte nas eleições municipais deste ano, o PSB foi o que maior sucesso obteve ao tentar manter sob seu controle prefeituras conquistadas nas eleições de quatro anos atrás.

Em 2008, o PSB venceu as eleições para prefeito em 310 municípios. Neste ano, voltou a ganhar em 126 dessas cidades, em alguns casos com prefeitos que se reelegeram e em outros com novos nomes lançados pelo partido.

Assim, candidatos socialistas venceram em 40,6% das cidades que haviam sido conquistadas pelo partido nas eleições anteriores. A maior cidade que deu duas vitórias seguidas ao PSB é Belo Horizonte, onde o prefeito Marcio Lacerda foi reeleito.

O PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff manteve sob seu controle 39,4% das cidades que havia conquistado quatro anos atrás, com destaque para Guarulhos, São Bernardo do Campo e Osasco, todos municípios da Grande São Paulo.

O PMDB, que conseguiu reeleger o prefeito do Rio, Eduardo Paes, foi bem-sucedido em 34,4% das cidades em que também ganhou há quatro anos. O PSDB saiu vitorioso em 32,5% dos municípios que passou a controlar em 2008.

A taxa de recondução dos partidos ao poder nos municípios pode servir como um indicador da avaliação que a população faz de seu desempenho na gestão dessas cidades. Presume-se que quanto melhor é a imagem de uma sigla junto ao eleitor, maior será sua taxa de recondução.

Esse tipo de comparação contorna problemas muito comuns nas análises sobre taxas de reeleição, em que são somados apenas os prefeitos em exercício efetivamente reeleitos numa disputa.

Nem a Justiça Eleitoral nem a Confederação Nacional de Municípios (CNM) dispõem de uma relação atualizada e confiável com os nomes e os partidos de todos os 5.563 prefeitos em exercício no país, porque ninguém tem um acompanhamento de todas as mudanças ocorridas nos últimos anos, de mortes e renúncias a trocas de partido.

Além disso, as análises convencionais deixam de fora casos de prefeitos que não podiam mais se reeleger ou não queriam continuar no cargo, mas que conseguiram fazer seus sucessores por serem bem avaliados pela população de seus municípios.

Em todo o país, 1.687 cidades deram neste ano a vitória para o mesmo partido que havia vencido nas eleições de 2008. Ou seja, os partidos que chegaram ao poder há quatro anos foram reconduzidos em 30,3% dos municípios.

MUDANÇA

As eleições deste ano foram marcadas no país inteiro por uma onda mudancista, que deu a vitória a candidatos de oposição aos atuais prefeitos na maioria das grandes cidades brasileiras. Como a Folha mostrou na segunda-feira, candidatos de oposição venceram em 50 das 85 maiores cidades do país.

O PT venceu em 65 municípios que haviam sido conquistados pelo PSDB nas eleições de 2008. No sentido inverso, os tucanos ganharam agora 64 prefeituras que haviam sido conquistadas pelos petistas há quatro anos.

O PSD, a sigla criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, após um racha no DEM, ganhou 500 prefeituras neste ano, mas conquistou mais cidades que haviam votado no PMDB do que municípios controlados pelo DEM.