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Governo oficializa anistia pós-morte a Carlos Marighella

Guerrilheiro já fora anistiado em dezembro; família não pediu reparação financeira

Reprodução
O guerrilheiro Carlos Marighella, preso em 1969 e assassinado pelo regime militar
O guerrilheiro Carlos Marighella, preso em 1969 e assassinado pelo regime militar
DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, oficializou ontem a anistia "post mortem "de Carlos Marighella, guerrilheiro morto pelo regime militar brasileiro, em 1969.

Marighella foi militante do Partido Comunista Brasileiro e um dos principais organizadores da luta armada contra o regime militar. Ele foi assassinado em 1969 por agentes do Dops (Delegacia de Ordem Política e Social).

A declaração foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Marighella já havia sido anistiado em dezembro passado em um evento da chamada Caravana da Anistia. A decisão foi oficializada após os trâmites burocráticos serem cumpridos.

"A principal importância é a de haver o reconhecimento oficial do direito legítimo de resistência de Marighella à ditadura", disse o secretário Nacional de Justiça e presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão. "Em segundo lugar, o fato de que o Estado reconhece os erros do passado e formaliza o pedido de desculpas à família."

Segundo Abraão, a família de Marighella não pediu nenhum ressarcimento financeiro, "apenas moral".

O evento da Caravana em Salvador marcou a data em que o guerrilheiro completaria 100 anos. A Comissão de Anistia reconheceu que foi perseguido pelo Estado desde os anos 1930.

Sua primeira prisão foi em 1932, após escrever poema com críticas ao interventor da Bahia, Juracy Magalhães. Depois disso, vieram outras prisões. Foi eleito deputado federal constituinte, mas teve o mandato cassado em 1947.

Segundo a Comissão de Anistia, "era considerado pelo Dops um dos maiores teóricos do comunismo brasileiro e um eventual substituto de Luis Carlos Preste".

A comissão estabeleceu que o período final de perseguições a Marighella foi após o golpe militar de 1964.

Em dezembro de 1966, ele enviou carta à Comissão Executiva do Partido Comunista solicitando seu desligamento. Tornou-se, então, líder da ALN (Ação Libertadora Nacional), uma das organizações que sequestraram o embaixador americano Charles Burke Elbrick em 1969 para trocá-lo pela libertação de 15 presos políticos.

Em 1948, foi obrigado a retornar à clandestinidade condição em que permaneceria por mais de duas décadas, até seu assassinato.


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