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Agricultor não entende por que não vai receber água

DO ENVIADO A GUANAMBI E A MALHADA

Arnaldo Teixeira de Araújo, 72, casado, seis filhos, vive na comunidade rural de Olho d'Água, em Guanambi (BA), onde cria uma dúzia de vacas e bezerros, planta feijão e também palma e capim para alimentar o gado.

"Seu" Arnaldo é um dos muitos sertanejos do sudoeste baiano que têm dificuldade para conseguir água para consumo próprio e para os animais. De dois anos para cá, conta ele, começou a pagar para obter água.

Com as chuvas mais escassas, ele pagou R$ 3.000, há dois anos, para que um trator cavasse dois tanques em seu terreno. Sua aposentadoria de R$ 622 ajudou a bancar essa conta.

TANQUES

Era com a água que brotava do solo desses tanques -ou "brejava", como ele diz- que ele cozinhava, se banhava e dava para o gado.

"Agora secou. Em 20 de setembro faltou [a água]."

Agora, ele compra tambores de 200 litros, a R$ 10 cada um. Desde que os tanques secaram, já comprou 16.

"Seu" Arnaldo não entende o porquê de uma tubulação que leva água para o distrito de Morrinhos passar a cerca de 300 metros do terreno dele e nem uma única gota dessa água ser despejada diretamente em sua casa.

"Eu queria que fizessem uma entrada [da água] para a minha casa", disse ele, sem compreender se algum dia a água tratada do rio São Francisco lhe será entregue.

POÇO ARTESIANO

Na comunidade do Jacaré, em Malhada, vive o agricultor Manoel Magalhães dos Santos, 48, casado e com cinco filhos. Ele cultiva milho e feijão, mas perdeu tudo.

Água para consumo da família não faltou, porque o "poço [artesiano] é bom".

Mas ele também quer a água tratada do rio. "Se tivesse essa água lá, ia ajudar até na plantação", disse.

Também morador do Jacaré, Arlindo Alves Ferreira, 40, casado e com três filhos, lamenta a falta de projetos para levar a água até a comunidade. Mas ele ainda sonha.

"A gente tem esperança que vai receber. Ninguém nunca falou nada, mas eu tenho esperança", disse.


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