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Mensalão - o julgamento

STF foi 'político' e 'injusto', afirma presidente do PT

Rui Falcão critica decisão da corte de condenar Dirceu a dez anos de prisão

Após reação discreta, executiva nacional da legenda marca reunião extraordinária para discutir o julgamento

DE SÃO PAULO

O PT reagiu ontem com discrição ao anúncio das penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e aos dois ex-dirigentes do partido condenados por seu envolvimento no mensalão.

A única manifestação de caráter oficial foi um vídeo de 1min46s divulgado na internet, em que o presidente do partido, Rui Falcão, considera "injusta" a decisão do Supremo e diz que o julgamento tem "viés político".

Falcão diz que os ministros do STF agiram sob "pressão muito forte dos grandes meios de comunicação" e voltou a rejeitar a tese de que houve desvio de recursos públicos para o mensalão.

Na segunda-feira, o tribunal fixou em 10 anos e 10 meses de prisão a pena de Dirceu, que presidiu o partido e foi o principal arquiteto do projeto político que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder em 2002.

O Supremo concluiu que Dirceu foi o principal responsável pela organização do mensalão, esquema que distribuiu milhões de reais a políticos que apoiaram o governo Lula no Congresso.

Além do poder que Dirceu tinha no governo e no PT, os ministros levaram em consideração o contato frequente que ele teve com outros participantes do esquema e os favores que uma ex-mulher de Dirceu recebeu de um dos bancos que ajudaram a financiar o mensalão.

Também foram condenados pelo Supremo o ex-presidente do PT José Genoino, que recebeu pena de 6 anos e 11 meses de prisão, e o ex-tesoureiro Delúbio Soares de Castro, que terá que cumprir 8 anos e 11 meses.

A discrição da reação do PT ontem contrasta com a expectativa criada pelos petistas antes do início do julgamento, que começou em agosto.

Em julho, por exemplo, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, disse à Folha que os sindicatos iriam "para as ruas" protestar se o julgamento fosse "político".

Freitas nunca mais falou sobre o assunto. Ontem, sua assessoria informou que ele não daria entrevista sobre o mensalão porque a prioridade da entidade agora é a discussão dos salários do funcionalismo público federal.

O presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Daniel Iliescu (PC do B), disse ontem que a entidade já ofereceu "solidariedade" a Dirceu, mas não planeja manifestações públicas contra o resultado do julgamento.

"Dada a história que Dirceu tem na UNE, estamos abertos a gestos de solidariedade", afirmou. "Convidei-o a ir à sede da UNE assim que quiser para conversarmos."

No início do mês, o PT desistiu de divulgar um manifesto contra a condenação de Dirceu, Genoino e Delúbio, depois de reuniões em que a ideia foi apresentada à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula.

Os petistas acharam melhor deixar para avaliar o assunto novamente em dezembro, quando haverá reunião do diretório nacional do partido. Mas, após a definição das penas do chamado "núcleo político" do mensalão, a executiva nacional da legenda convocou para hoje uma reunião sobre o julgamento.


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