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Depois de 266 dias de prisão, juíza manda soltar Cachoeira

Empresário foi condenado a 5 anos de cadeia, mas pena corre em regime semiaberto

'É inegável sua pretensão de enriquecer em detrimento do patrimônio público', diz magistrada na sentença

FERNANDO MELLO LEANDRO COLON DE BRASÍLIA

A Justiça do Distrito Federal condenou ontem Carlos Cachoeira a cinco anos de prisão em regime semiaberto e, na mesma decisão, mandou soltar o empresário, recluso há 266 dias.

Até o fim da noite, ele não havia deixado o presídio da Papuda, em Brasília.

"Julgo que não mais subsiste a necessidade de segregação cautelar", escreveu a juíza Ana Claudia de Oliveira Barreto em sua sentença.

A soltura se dá porque Cachoeira estava preso preventivamente. Com a condenação, vai recorrer em liberdade e, mesmo que houver condenação definitiva, ela não implicará nesse caso regime fechado de prisão.

Acusado de tentar fraudar o sistema de bilhetagem do transporte público da capital federal, Cachoeira foi condenado por formação de quadrilha (dois anos) e tráfico de influência (três anos), além de multa.

Para a juíza, ele era "o principal líder do bando".

O empresário é pivô de um escândalo que resultou na cassação do mandato de um senador e na instalação de uma CPI no Congresso.

O relatório final da CPI deve ser apresentado hoje aos deputados e senadores.

SENTENÇA

"É inegável sua pretensão de enriquecer em detrimento do patrimônio público", diz trecho da sentença, à qual a Folha teve acesso.

A decisão é decorrente da Operação Saint-Michel, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal.

Essa operação foi um desdobramento da Monte Carlo, que levou Cachoeira à cadeia em 29 de fevereiro.

Nesta ele é acusado de comandar esquema de jogo ilegal e corromper agentes públicos. O processo da Monte Carlo corre na Justiça Federal de Goiás e está na fase de alegações finais da defesa, passo anterior à sentença.

Ou seja, se for condenado em regime fechado nesse caso, ele poderá voltar à prisão.

O advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões, disse que seu cliente não cometeu os crimes."Não havia motivo para continuar com a prisão."

No final da noite, a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, chegou à Papuda. Ela chorou e disse que a primeira coisa que iria falar com o marido é que o ama muito.

Na sentença de ontem, o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu e outras pessoas acusadas de participar da tentativa de fraude também foram condenadas. Entre elas, Gleyb Cruz, apontado como braço-direito de Cachoeira, que também estava preso. A juíza mandou soltá-lo.


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