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Sexto réu do caso Celso Daniel é condenado a 20 anos

Messias dos Santos é acusado de participar da morte e sequestro do ex-prefeito de Santo André, em 2002

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO DE SÃO PAULO

O Tribunal do Júri de Itapecerica da Serra (SP) condenou a 20 anos de prisão Itamar Messias Silva dos Santos, acusado do assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, em 2002.

Messias é o sexto réu condenado pelo caso. Ele irá cumprir a pena inicialmente em regime fechado. Os outros foram condenados a penas que variam entre 18 e 24 anos.

Celso Daniel foi encontrado morto após ser sequestrado em São Paulo, na companhia de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, que é acusado pelo Ministério Público de ser mandante do crime. Sombra, que era amigo do prefeito do PT, deve ir a julgamento no primeiro semestre de 2013.

Os jurados acolheram todas as teses levantadas pela Promotoria. O advogado de Santos, Airton Jacob Gonçalves Filho, que defendeu a tese de que o cliente apenas participou do sequestro e não estava na cena do crime, disse que vai recorrer.

A família do prefeito afirma que ele foi morto porque havia um esquema de desvio de dinheiro da Prefeitura de Santo André para bancar campanhas petistas, hipótese afastada pelas investigações da Polícia Civil.

Durante o debate, tanto o advogado quanto o promotor Marco Friggi de Carvalho fizeram menções ao processo do mensalão e ao ex-ministro José Dirceu, sentenciado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a quase 11 anos.

"Ninguém coloca aqui o José Dirceu engravatado", declarou o advogado, ao defender que estava sendo julgado ali um "negro, pobre e favelado".

"Punir Itamar no lugar de um engravatado é um absurdo", prosseguiu, sem com isso dizer a quem se referia. O advogado, porém, afirma não acreditar que tenha sido um crime político, como prega o Ministério Público.

Um dos irmãos do prefeito, Bruno José Daniel Filho, acompanhou o julgamento. "Tenho a expectativa de que Sombra vá a júri e mais elementos da verdade venham à tona", disse.

O julgamento também foi marcado por trocas de ironias e ofensas entre o advogado e o promotor, que trataram um ao outro como "mentiroso".

Ao anunciar a sentença, o juiz Antonio Hristov lembrou da repercussão do crime. "Parou o município de Santo André, parou o Brasil."

DESVIO

O caso Celso Daniel voltou ao noticiário depois que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado pelo STF no julgamento do mensalão, declarou à Procuradoria-Geral da República que pode ter havido pagamento de propina para silenciar testemunhas e pessoas ligadas ao assassinato.

Na época, Celso Daniel era um dos políticos mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seria coordenador na campanha presidencial de 2002, quando o petista foi eleito para o seu primeiro mandato.

Após o julgamento de ontem, o promotor do caso disse que espera novos desdobramentos a partir do recente depoimento fornecido por Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República.


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