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Governador do RS prepara entrega de material à Comissão da Verdade

Papéis de militar morto trazem detalhes sobre caso Rubens Paiva

DE PORTO ALEGRE

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), prepara para a semana que vem um ato político de entrega à Comissão da Verdade de cerca de cem folhas encontradas nos arquivos pessoais de um coronel que chefiou o DOI-Codi, um dos órgãos da repressão no regime militar.

Conforme a Folha mostrou na terça-feira passada, material recolhido pela Polícia Civil na casa do militar reformado Júlio Miguel Molinas Dias pode elucidar o caso Rubens Paiva e o atentado ao Riocentro, em 1981. Dias foi morto a tiros no início do mês na capital gaúcha.

Nos documentos, há um ofício de 1971 informando a chegada à sede do DOI-Codi no Rio do ex-deputado Rubens Paiva, um dos mais conhecidos desaparecidos políticos do regime militar.

O Exército sempre negou a responsabilidade pelo desaparecimento. A única prova da presença de Rubens Paiva em dependências militares eram testemunhos.

Segundo a Casa Civil do governo Tarso, os documentos não devem ser tornados públicos já no evento. Antes, eles passarão pela análise da Comissão da Verdade Estadual, criada para municiar com informações o grupo federal.

Os papéis estão guardados reservadamente com a Polícia Civil. Tarso disse ontem em uma reunião que os documentos comprovam que Paiva foi sequestrado e "covardemente assassinado" pela ditadura, em suas palavras.

O jornal "Zero Hora" reproduziu anteontem termos do documento, que informa com quais pertences o engenheiro chegou à divisão militar. O ofício, diz o diário, afirma que a equipe responsável por trazê-lo era do Centro de Inteligência da Aeronáutica. Contém ainda uma assinatura que pode ser do ex-deputado.

O delegado Luís Fernando de Oliveira, responsável pelo recolhimento do material, diz que nada consta nos papéis que comprometa o coronel.

No material também há relatórios sobre fatos após a explosão no Riocentro. Em 1981, uma bomba explodiu acidentalmente em um carro que levava dois militares durante um show do Dia dos Trabalhadores.


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