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Lula não se envolveu com irregularidade, diz Cardozo

Ministro da Justiça afirma que 'quadrilha' não se instalou na Presidência

Segundo ele, Rosemary Noronha tinha contato com os integrantes do esquema, mas acabou 'escanteada' pelo grupo

Sérgio Lima/Folhapress
O ministro José Eduardo Cardozo durante a audiência de ontem na Câmara dos Deputados
O ministro José Eduardo Cardozo durante a audiência de ontem na Câmara dos Deputados
DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou ontem o envolvimento do ex-presidente Lula com as irregularidades investigadas pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro e afirmou que a "quadrilha" não se instalou na Presidência da República.

Em uma audiência de nove horas na Câmara, o ministro lembrou que Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, não foi indiciada pela PF por formação de quadrilha.

Segundo Cardozo, Rose, como ela é conhecida, tinha contato com integrantes do grupo suspeito, mas não integrava seu núcleo.

O ministro afirmou que "não houve nenhuma proteção" durante as investigações em relação a Rose. A ex-assessora foi indiciada pela PF por corrupção, falsidade ideológica e tráfico de influência.

"Ela tinha contatos ilegais, relações indevidas e foi duramente enquadrada em três tipos criminais, mas não participava do núcleo central da quadrilha. Ao contrário, foi escanteada pelos seus membros, como mostram alguns diálogos interceptados."

"O que ela fazia era, usando sua condição de chefe do escritório, facilitar contatos de membros da quadrilha em troca da favores", afirmou.

Cardozo negou o envolvimento de Lula nas irregularidades. Lula é íntimo de Rosemary e nomeou-a chefe do escritório da Presidência em São Paulo. "Imaginar que o ex-presidente estivesse envolvido por trás disso está, a meu ver, desmentido."

Em e-mails, Rose cita Lula, usando a sigla "PR" (presidente da República) e dizendo que conversou com ele sobre a indicação de um dos membros do grupo.

Lula não se manifestou publicamente sobre o caso.

Cardozo também defendeu o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams -o ex-adjunto da AGU José Weber Holanda é suspeito de ter intercedido pela quadrilha.

O ministro disse que o fato de Adams ter nomeado um investigado não significa que soubesse do esquema.

Cardozo depôs na Câmara ao lado do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, e do superintendente da polícia em São Paulo, Roberto Troncon.

Daiello afirmou que não existem "facções" ou "ingerência política" na PF.

Todos disseram que o fato de Rosemary não ter tido seu sigilo telefônico quebrado foi uma escolha técnica, porque a interceptação não serviria para apurar indícios de crimes que já teriam o ocorrido.

"Se alguém fez essas gravações, seguramente terá de responder, pois foram ilegais", disse o ministro. Ele afirmou que a PF mudou durante o governo do PT. "A PF se converteu, não é mais polícia de governo, é polícia de Estado.

Líder do PSDB, o deputado Bruno Araújo rebateu dizendo que o PT trata a autonomia da PF como se fosse obra do partido.

Após a sessão, Cardozo se encontrou com a presidente Dilma Rousseff. A avaliação no Planalto é que ele se saiu bem na audiência.

Também ontem o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) defendeu Lula.

"Não é o erro de uma ou de outra pessoa que vai atrapalhar esse projeto que está se consolidando como um projeto de um novo país", disse ele. "Por onde ele [Lula] anda, ele é endeusado", completou o petista.


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