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Gráfica desvia doações para políticos, diz relatório da PF

Sérgio Cabral (PMDB), Lindbergh (PT) e Teotônio (PSDB) contrataram a firma

Polícia suspeita que empresa não produzia o material encomendado e servia para desviar os recursos de campanha

ITALO NOGUEIRA DO RIO

Relatório da Polícia Federal enviado ao procurador-geral Roberto Gurgel diz que a gráfica Soroimpress, que recebeu R$ 5 milhões de 85 políticos nas eleições de 2010, foi usada para desviar recursos de doações de campanha.

O esquema envolveu duas idosas doentes como "laranjas", uma pessoa "fabricada" com documentos falsos, e quadrilha composta por quatro pessoas de São Paulo.

O relatório final da PF sobre o caso Soroimpress, revelado há dois anos pela Folha, foi enviado a Gurgel para que seja apurada a participação de políticos no esquema.

Buscaram os serviços da empresa 85 políticos de diferentes partidos: os principais clientes foram o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a ex-governadora Ana Júlia (PT-PA) e o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL).

A investigação começou após denúncia do então candidato ao governo do Rio Fernando Gabeira (PV) apontando a empresa como fornecedora de Sérgio Cabral (PMDB), reeleito em 2010.

A apuração da PF analisa com detalhe apenas a contratação do peemedebista e aponta haver indícios de que o serviço não foi prestado. A PF diz que o preço pago por 30 mil adesivos (R$ 33.450) não cobriria a confecção, plastificação, embalagem e transporte do produto.

Em depoimento, os envolvidos dizem que toda a produção e o transporte foram terceirizados, o que, na análise da PF, torna ainda mais inverossímil a contratação.

Quatro pessoas foram indiciadas pela polícia por formação de quadrilha e falsificação de documentos: o advogado José Roberto Castanheira Camargo, Roberto Nunes Pereira, Carlos Lima do Nascimento e Flávio Oliveira Pinhal. Todos tinham vínculos com a empresa.

A Soroimpress foi criada em março de 2010, a seis meses da eleição, tendo como sócias duas idosas de, à época, 84 anos que não saíam de casa por problemas de saúde (uma tinha Alzheimer). Segundo a PF, a empresa não tinha como produzir os adesivos solicitados e distribuí-los pelos 11 Estados nos quais atuou pelo preço declarado.

Para a PF, a empresa era usada para desvio das doações de campanha. A suspeita de investigadores é de que os adesivos não eram produzidos: os recursos teriam outro destino. O sigilo bancário da firma não foi quebrado.

Após o caso ter sido divulgado, a empresa mudou de sócios e sede. Antes, em seu endereço em Sorocaba (SP), havia um prédio em construção. No novo endereço funciona o clube Piratininga. Um dos novos sócios não existe.


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