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Estragos da estiagem se espalham pelo país

DE SÃO PAULO

Falta de água, prejuízo, rebanho e produções perdidos. Independentemente da região, os estragos da seca se repetem pelo país.

O Rio Grande do Sul enfrentou sete secas nos últimos 11 anos. A última começou em novembro de 2011 e só terminou em setembro deste ano.

Elton Weber, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul, calcula que o Estado tenha perdido 50% da produção de soja e 54% da produção de milho, que até agora tem que ser comprado em outros Estados, pelo dobro do preço.

A escassez do alimento, utilizado como ração animal, comprometeu a criação de porcos e frangos. A seca no Estado já passou, mas os impactos permanecem, diz Weber, que estima em até dez anos o tempo para recuperar as perdas da última década.

Em Pernambuco, nem sequer há estimativa de recuperação. Pela avaliação da federação de agricultores do Estado, 100 mil cabeças de gado morreram de fome.

Até março, o agricultor Antonio Gomes Souza, 54, mantinha 17 animais em sua propriedade em Águas Belas, agreste pernambucano. Cinco morreram e o restante foi vendido porque ele não tinha condições de criar.

"Tem uns mais teimosos que ainda tentam criar, mas a beira da estrada parece um cemitério de reses mortas", diz o agricultor.

Sem produzir, vive do que juntou com a venda dos animais. Faz bico no sindicato rural para juntar R$ 75 por semana. A mulher, professora, ganha R$ 1.000.

Com o dinheiro o casal se mantém e ainda sustenta um filho e a nora. "Está insuportável. Vai começar a morrer gente de sede porque as fontes estão secando todas. De fome ninguém morre porque tem o Bolsa Família."


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