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TRF defende juíza que teve ajuda de ex-assessora de Lula

Tribunal diz que escolha obedeceu a critérios de merecimento e que magistrada era 1ª da lista

Nota, porém, criticou método de escolha vigente, em que a presidente define o nome do promovido

DE PORTO ALEGRE DE BRASÍLIA

A direção do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região defendeu ontem a nomeação da juíza Vivian Josete Pantaleão Caminha para a corte, o que aconteceu em outubro deste ano.

Reportagem da revista "Veja" do fim de semana passado afirma que a ex-assessora da Presidência Rosemary Noronha e o ex-diretor da Agência Nacional de Águas Paulo Vieira ajudaram a juíza a agendar encontros com ministros antes da nomeação.

Rosemary e Vieira foram indiciados pela Polícia Federal após a Operação Porto Seguro, que investigou um suposto esquema de tráfico de influência no governo.

Em nota, a direção do TRF-4, com sede em Porto Alegre, afirma que a escolha da magistrada para o cargo obedeceu a critérios de merecimento e que uma lista com três candidatos à vaga havia sido elaborada. Nessa relação, diz a corte, Pantaleão Caminha estava em primeiro lugar.

A nota, assinada pela presidente do tribunal, Marga Tessler, afirma que é "normal" que juízes que não tenham ligações políticas tentem fazer com que seus currículos cheguem a "altas autoridades federais".

O comunicado finaliza com uma crítica ao método de escolha vigente, em que a presidente da República define o nome do promovido.

Os Tribunais Regionais funcionam como uma segunda instância da Justiça Federal. Eles são cinco no país.

Antes de ser designada juíza do TRF, Caminha atuava em uma Vara Federal de Porto Alegre. Ela também é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

A Folha procurou a magistrada nos últimos dias e deixou recados, mas não obteve resposta até a noite de ontem.

ROSEMARY

A ex-assessora da Presidência, que ajudou a juíza a marcar as reuniões, ficou abalada ao saber de seu indiciamento por suspeita de formação de quadrilha e, segundo relatos de pessoas próximas, teve uma crise nervosa por causa disso.

Amigos de Rose, como é conhecida, foram avisados que ela havia passado mal e chegou a ser internada.

A ex-assessora, no entanto, negou a informação e, por meio de seu advogado, Celso Vilardi, afirmou: "Não tive nenhuma intercorrência que justificasse uma internação".

Entre petistas, a preocupação é que ela desenvolva um quadro de depressão.

Logo após a deflagração da Porto Seguro, ela foi indiciada por suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência e falsidade ideológica.

Após análise de documentos apreendidos durante a operação, ela acabou sendo indiciada também por suspeita de formação de quadrilha.

Vilardi já havia dito à Folha que ficou surpreso com o indiciamento por formação de quadrilha. "Todos os elementos já eram de conhecimento da polícia. Não identifiquei até o momento nenhum fato novo que justificasse o novo indiciamento."

Ele afirmou ainda que, "no momento certo", fará a "comprovação da inocência de Rose em todas as acusações".


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