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Dilma defende 'autonomia' entre Poderes
Discurso da presidente foi lido como uma defesa do Legislativo frente ao Judiciário
A presidente Dilma Rousseff defendeu a "importância da autonomia e da independência" entre os três Poderes durante seu coquetel de fim de ano com ministros e líderes governistas anteontem no Palácio da Alvorada.
A fala da presidente, feita na presença dos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS), foi lida pelos presentes como uma defesa do Legislativo, num encontro sem representantes do Judiciário.
Nos últimos dias, Congresso e STF (Supremo Tribunal Federal) vivem momentos de tensão. O tribunal mandou cassar os mandatos de deputados condenados no julgamento do mensalão e proibiu o Legislativo de votar, separadamente, o veto presidencial aos royalties do petróleo.
A presidente destacou, porém, considerar natural a existência de "divergências" e "debates" numa democracia, acrescentando que todos devem buscar a "harmonia" entre os Poderes -Executivo, Legislativo e Judiciário.
Segundo ela, apesar das divergências, os Poderes estão funcionando de forma "autônoma" durante seu governo.
Em sua fala, Dilma agradeceu o Congresso pela aprovação de medidas, como a MP do setor elétrico, e classificou 2012 como um ano "difícil, mas vitorioso". O país deve crescer apenas 1%.
Ela prometeu que 2013 será o "ano de colheita de todas as ações plantadas nos dois últimos anos", afirmando ter "convicção" de que será um período de maior crescimento econômico e avanço nas políticas sociais -não citou, porém, previsões sobre a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano.
Segundo presentes, ela deu destaque à necessidade de elevar investimentos em educação, voltando a defender o uso dos recursos dos royalties do petróleo para dar um salto de qualidade no setor.
Em momento de descontração, Dilma fez questão de mencionar o fato de Sarney ter sido um "tripresidente" neste ano: do Senado, do Congresso e da Presidência.