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Deputado com 42 anos de Casa tenta presidir a Câmara

Projetos de Alves incluem equiparar salário de parlamentares ao de ministros do STF

CATIA SEABRA DE BRASÍLIA

Aliado do governo petista de Dilma Rousseff. Companheiro do tucano Aécio Neves em viagem ao exterior. Apoiador do ascendente Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco. Amigo da bancada ruralista. O peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) desliza entre forças concorrentes no Congresso.

Aos 64 anos, Henriquinho, como é conhecido, quer ser presidente da Câmara, cargo pelo qual está em campanha há três anos.

A pretensão já estava expressa num slogan de 2010, quando se elegeu deputado pela 11ª vez: "Vote em um e leve três: deputado, presidente da Câmara e presidente da República em exercício".

Herdeiro político do clã iniciado pelo governador do Rio Grande do Norte Aluísio Alves (1921-2006) e deputado há 42 anos, Alves fez acertos eleitorais às custas de sua sigla.

Exemplo: em 2011, trabalhou informalmente por Ana Arraes, mãe de Campos, para o Tribunal de Contas da União. Mas o PMDB tinha candidato ao cargo. Em retribuição, Campos recusa-se agora a declarar apoio ao candidato do PSB, Júlio Delgado (MG), que também disputa a presidência da Casa.

Parceiro do vice-presidente, Michel Temer, Alves carrega promessas de campanha capazes de tirar o sono de Dilma. Uma delas é a equiparação do salário dos deputados ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal, hoje de R$ 28.059. O gatilho depende da aprovação de uma emenda.

"A emenda está pronta. Não sei por que não foi aprovada. Esse não pode ser tema clandestino. Tem que ter critério. Fica defensável", diz.

Sobre o projeto de pagamento obrigatório de "um percentual significativo das emendas individuais", diz: "Todos os governos estabelecem essa humilhação, o parlamentar ficar mendigando por um direito. De repente se tornou um toma lá dá cá".

Hoje porta-voz do discurso corporativista, Alves nunca transitou pelo "baixo clero" da Câmara. Também nunca conseguiu extrapolar os limites do Congresso.

Na eleição presidencial de 2002, foi indicado como vice de José Serra (PSDB). Acabou descartado após uma reportagem dizendo que ele mantinha contas não declaradas em paraísos fiscais, conforme documentos que estariam anexados no processo de separação litigiosa entre ele e sua ex-mulher. Na época, a ex divulgou nota negando. Mas Alves foi substituído na chapa por Rita Camata (PMDB).

Alves também tentou a Prefeitura de Natal em 1988 e 1992. Na primeira, perdeu para Wilma de Faria. Na seguinte, o clã Alves rachou e ele teve que enfrentar a irmã gêmea, Ana Catarina, o que assegurou a vitória de Aldo Tinoco no 2º turno.


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