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Novo diretor de agência deu aval a parecer sob suspeita

Leônidas Cristino (Portos) nomeou como diretor da Antaq engenheiro que favoreceu a Tecondi, alvo da PF

Promoção ocorreu em dezembro, no auge da Operação Porto Seguro; funcionário mantém opinião sobre relatório

Apu Gomes/Folhapress
Paulo Vieira deixa prédio da 5ª Vara Criminal Federal, onde teve que comparecer ontem
Paulo Vieira deixa prédio da 5ª Vara Criminal Federal, onde teve que comparecer ontem
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

Em dezembro do ano passado, no auge da repercussão da Operação Porto Seguro, o ministro da Secretaria Especial de Portos, Leônidas Cristino, promoveu um dos engenheiros responsáveis por um relatório que favoreceu a empresa pivô do escândalo.

Mário Povia foi nomeado em 11 de dezembro como diretor interino da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Ele participou do processo interno que considerou legal o arrendamento de áreas públicas em Santos (SP) firmado com a empresa Tecondi, um dos principais alvos da investigação da Polícia Federal.

O engenheiro foi promovido pelo ministro graças a uma portaria da presidente Dilma Rousseff, de 8 de dezembro, que deu competência à secretaria para designar servidores do quadro efetivo da agência para a diretoria.

O processo na Antaq foi aberto após o Tribunal de Contas da União (TCU) questionar os termos aditivos assinados entre a Tecondi e a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

A Tecondi havia conseguido, com aval da Codesp, trocar áreas arrendadas em 1998 por outras, obtendo uma série de benefícios. Auditores do TCU propuseram até que o contrato com a Tecondi fosse rompido, pois a empresa ocupara área diferente da que conseguira na licitação.

A série de lobbies em favor da Tecondi foi o estopim da operação da PF. O grupo comandado por Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), corrompeu servidores da Antaq para a Tecondi continuar no local, segundo a polícia.

Um dos diretores da Antaq, Tiago Lima, foi indiciado pela PF sob a acusação de auxiliar o grupo de Vieira em outro processo, o da ilha de Bagres, também em Santos. Povia era assessor técnico de Lima, função que exerceu durante cerca de um ano e meio.

O processo que originou a autorização à Tecondi foi aberto em novembro de 2010. Em junho de 2011, segundo a agência, Povia requisitou o material e anexou o relatório, enviado à Gerência de Portos Públicos um dia depois.

Somente em agosto a documentação foi referendada pela diretoria da Antaq. Com base no relatório, a Antaq baixou uma resolução que convalidou os termos aditivos. Hoje o processo está sob sindicância e foi considerado suspeito pela Advocacia-Geral da União. A AGU descobriu que o processo tinha indícios de fraude e que não seguiu tramitação normal.

A correição da AGU, porém, não cita Povia.


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