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Nova investigação sobre Lula seria um 'absurdo', afirma Marco Maia
Para presidente da Câmara, caso deveria seguir para o arquivo
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse ontem que seria um "absurdo" uma nova investigação sobre o suposto envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão. Segundo Maia, este é "um tema já exaustivamente investigado" e o "prudente seria mandar isso para o arquivo".
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que provavelmente enviará à primeira instância o depoimento do operador do mensalão, Marcos Valério de Souza, no qual ele diz que recursos do esquema foram utilizados para pagar despesas pessoais de Lula.
Como ex-presidente, o petista não tem mais o chamado foro privilegiado, que restringe investigações e processos contra autoridades a instâncias superiores da Justiça.
"É um absurdo que se produza uma nova investigação sobre esse tema envolvendo o presidente Lula", disse. Ele afirmou também que Valério "não é uma fonte confiável". "Ele está buscando criar um fato político que possa atenuar a sua situação", disse.
Segundo o presidente da Câmara, não seria "razoável" que "a partir desse tipo de declaração tente se reabrir um caso, uma situação que já foi completamente investigada e tratada pelo Estado brasileiro nas suas mais variadas instâncias", completou.
Gurgel passará agora à fase de exame do depoimento e deverá encaminhar o documento para o primeiro grau após as férias, neste mês.
Caberá aos procuradores que atuam na primeira instância da Justiça avaliar se abrem uma investigação contra Lula ou se arquivam o caso.
Em 2012, o STF (Supremo Tribunal Federal) condenou 25 dos 37 réus do mensalão.