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Senadores embolsam salário que criticaram

Dos 15 que se manifestaram no ano passado contra o pagamento do 14º e 15º, apenas três recusaram a verba em dezembro

Fim do benefício foi aprovado pelo Senado, mas parou na Câmara; dos 81 senadores, só 13 devolveram o dinheiro

ANDREZA MATAIS GABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA

Sete meses após votar por unanimidade pelo fim dos dois salários extras pagos ao ano pelo Congresso e criticar em discursos inflamados o benefício, a maior parte dos senadores aceitou embolsar o dinheiro.

O benefício, que soma R$ 53,4 mil ao ano, ainda é pago porque a Câmara até hoje não votou sua extinção.

Durante a votação no Senado em maio, 15 senadores se manifestaram contra os extras, mas em dezembro só três desses tomaram a iniciativa de não ficar com o dinheiro: Pedro Taques (PDT-MT), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

Os demais ficaram com o 15º salário de R$ 26,7 mil -que, junto do 13º e com o subsídio normal de dezembro, elevou os contracheques do último mês do ano a R$ 80 mil brutos.

A primeira parte é paga em fevereiro de cada ano.

Do total de 81 senadores (incluindo os que não haviam criticado os extras), 13 devolveram ao Senado o 15º salário. A aprovação da extinção do benefício, em maio, ocorreu em votação simbólica (sem contagem de votos).

DISCURSO

Em maio, Ivo Cassol (PP-RO), por exemplo, discursou: "Os parlamentares não necessitam mais desse subsídio, uma vez que a Casa custeia as despesas, tanto de transporte aéreo como a movimentação".

Ontem, disse: "Sou a favor do fim do benefício, mas não apenas para mim".

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que não devolveu o dinheiro, afirmou em maio que "em nome do PT, recomendo o voto 'sim', uma vez que, para o conjunto dos trabalhadores, não há algo dessa natureza". Agora, afirma que vai doar o dinheiro para um projeto social.

Também no mês de maio, Ricardo Ferraço (PSB-ES) afirmou que "não faz nenhum sentido nós, senadores, termos aquilo que popularmente se consagrou como 14º e 15º, distanciando-nos efetivamente da realidade da grande maioria dos trabalhadores brasileiros".

Passados sete meses e com o dinheiro a mais já na conta, o senador disse, por meio da assessoria, que a Câmara ainda não aprovou o fim do pagamento; então vai avaliar o que fazer.

Suplente da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), autora do projeto que extingue os salários a mais, o senador Sérgio Souza (PMDB-PR) também discursou contra os pagamentos em maio, mas terminou por receber o valor. A Folha não o localizou ontem.

A assessoria do Senado informou que ainda é possível devolver o pagamento.

Na Câmara, o relator, deputado Afonso Florence (PT-BA), concedeu parecer favorável ao projeto que acaba com o 14º e o 15º salários, mas o texto ainda não foi votado.


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