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Série de Gaspari será relançada por nova editora

Livros do jornalista sobre ditadura publicados pela Companhia das Letras, e um inédito, vão para Intrínseca

Desentendimentos com atual casa levaram à mudança; obras sairão também em e-book com documentos digitalizados

CASSIANO ELEK MACHADO DE SÃO PAULO RAQUEL COZER COLUNISTA DA FOLHA

Uma das séries mais prestigiadas sobre a história recente do Brasil, o quarteto de livros sobre a ditadura militar feito pelo jornalista Elio Gaspari vai mudar de editora.

Publicados pela Companhia das Letras entre 2002 e 2004, os livros "A Ditadura Envergonhada", "A Ditadura Escancarada", "A Ditadura Derrotada" e "A Ditadura Encurralada" foram comprados pela editora Intrínseca.

A negociação, anunciada ontem no jornal "O Globo", envolve o quinto volume da série, ainda sendo escrito e sem previsão de lançamento.

O futuro livro deverá se chamar "A Ditadura Acabada". Ele começará com a queda do então ministro do Exército Sylvio Frota, em outubro de 1977, e abordará essencialmente o último ano do governo de Ernesto Geisel.

O governo de João Figueiredo, que encerra o regime militar, será descrito com menos detalhes do que os anteriores. Dele, serão esmiuçados três pontos cruciais para o fim da ditadura: o atentado no Riocentro, em 1981, o crescimento da dívida externa brasileira e a campanha das Diretas, em 1983.

MUDANÇA

A Folha apurou que Gaspari tomou a iniciativa de mudar por conta de desentendimentos recentes com a direção de sua atual editora.

O editor da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz, afirma que foi uma decisão do autor. "Não houve nenhum problema digno de nota. Lamentamos a sua saída."

Com a mudança, Gaspari também deixará a coleção "Perfis Brasileiros", que ele coordenava com a antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz, mulher de Luiz e sócia da editora.

Além da Intrínseca, a editora Objetiva também concorria pela série, negociada pela agente literária Lucia Riff.

Agente, autor e editora não revelaram os valores envolvidos na negociação. À época da publicação dos primeiros livros, há pouco mais de dez anos, a Companhia das Letras anunciou que havia investido R$ 1,1 milhão no projeto, o equivalente hoje a pouco mais de R$ 2 milhões.

Os quatro volumes iniciais da série, que atingiram os 350 mil exemplares vendidos, serão reeditados no ano que vem. Poucos trechos deverão ser alterados de maneira significativa. O autor incluirá, por exemplo, descobertas que vieram à luz nos últimos anos sobre a Guerrilha do Araguaia, no sul do Pará.

Todos os títulos da série ganharão sua primeira versão eletrônica, com reprodução de documentos não incluídos na edição impressa.

"Gaspari tem grande preocupação com o digital. O nosso projeto de e-books foi determinante para a negociação", diz Jorge Oakim, publisher da Intrínseca.

A Companhia das Letras não chegou a disponibilizar versões digitais da série.

Gaspari, 68, colunista da Folha e de "O Globo", começou a esboçar o quinteto de livros há cerca de 30 anos.


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