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Análise

PMDB é tarefeiro no Congresso e virou 'item de série' de qualquer governo

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

É comum ouvir ou ler que o PMDB é um partido fisiológico. Só se interessa por cargos. Sua ideologia é inexistente ou indefinível. O partido seria também uma massa amorfa e inorgânica de aglomerados políticos com interesses paroquiais, sem pretensão real de chegar ao Planalto.

Essa análise está correta, mas é também uma descrição genérica perfeita para quase todos os partidos brasileiros. O que diferencia o PMDB dos demais? Simples. O partido sabe exatamente o que é, o que quer e trata de cumprir muito bem o seu papel: servir ao governo no Congresso.

Quem ocupou uma vez essa função com destreza foi o PFL (hoje Democratas), a costela desprendida da antiga Arena. Mas os pefelistas esnobaram o lado esquerdo do espectro político. Com o PT no poder, definharam.

O PMDB é mais despudorado. Abraça e beija na boca quem estiver no governo. De direita, de centro ou de esquerda. É por essa razão que a sigla está prestes a ter o controle institucional da Câmara e do Senado. Em Brasília, há uma anedota antiga: ninguém sabe quem será o próximo presidente, mas todos têm certeza de que o PMDB vai apoiar o vencedor.

No passado, o PMDB já comandou o Congresso inteiro. Mas havia uma diferença. A cúpula ainda aspirava a ascender ao Planalto. Hoje, os peemedebistas que mandam se resignaram a uma posição periférica no poder central. São tarefeiros e pronto.

Essa encarnação 100% congressual do PMDB se cristalizou em 1995, início da era FHC. O partido passou apenas a servir ao poder dentro do Congresso. Faz pressão e chantagem. Mas entrega a mercadoria. Ajudou a sepultar CPIs nos governos FHC, Lula e Dilma -a mais recente foi a CPI do Cachoeira.

Há também uma inaudita "pax peemedebista". Em outras épocas, facções se entregavam a uma autofagia incontida por cargos. Agora, esses grupelhos se fragilizaram e não fazem tanto barulho.

Se o governo federal fosse um carro, o PMDB seria um item de série indispensável. É nessa onda que surfam os possíveis futuros presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Alves.


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