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PMDB escolhe líder sem apoio do Planalto
Eduardo Cunha (RJ) assumirá na Câmara a função de interlocutor de parlamentares do partido com governo
Segunda maior bancada na Casa, sigla é fiel da balança da base aliada nas votações, tornando a articulação essencial
Sem apoio do Palácio do Planalto nem da cúpula do partido, o deputado Eduardo Cunha (RJ) foi eleito ontem líder do PMDB na Câmara.
Ele ocupará o principal cargo de interlocução do partido com o governo na Casa.
Segunda maior bancada da Câmara, o PMDB é fiel da balança da base aliada ao governo nas votações e, por isso, sua liderança é essencial para a articulação política do Executivo com o Congresso.
Eduardo Cunha terá nas mãos também autonomia para colocar aliados em cargos importantes na Casa, como a presidência de comissões e a relatoria de projetos.
O deputado precisou de dois turnos para vencer. No primeiro, teve 40 votos, contra 25 de Sandro Mabel (GO) e 13 de Osmar Terra (RS).
No segundo turno, o gaúcho declarou apoio ao deputado goiano. Mesmo assim, Cunha venceu com 46 votos.
Os deputados Rodrigo Bethlem e Pedro Paulo, licenciados da bancada fluminense para serem secretários municipais, tomaram posse para poder votar em Cunha.
OBSTÁCULO
Peemedebistas disseram que o resultado de ontem é mais favorável a Rose de Freitas (ES), atual vice-presidente e candidata à presidência da Casa, do que a Henrique Eduardo Alves (RN), atual líder da bancada e favorito na disputa, que ocorrerá hoje, pelo comando da Câmara.
Alinhado com a cúpula do partido, Henrique Alves chegou a trabalhar por Mabel, com o temor de que Cunha se transforme num obstáculo para o Planalto em votações de interesses do Executivo.
Esse fator, no entanto, foi justamente o que pesou a favor da vitória do deputado.
Isso porque a maior parte dos representantes do partido se diz ressentida com o pouco espaço ocupado na Esplanada dos Ministérios e por não participar de decisões no âmbito do governo federal.