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Articulação de deputado causa incômodo ao governo

DE BRASÍLIA

Aliados e inimigos são unânimes: a vitória do deputado Eduardo Cunha (RJ) para líder do PMDB na Câmara irá tirá-lo da zona de conforto de sua atuação nos bastidores para trazê-lo à superfície das barganhas políticas.

Em seu terceiro mandato como deputado, Cunha, que não era o preferido do governo por ser considerado um "aliado temido", tinha ressalvas até na cúpula do PMDB.

Evangélico, de semblante calmo e voz mansa, Cunha tem dois pontos marcantes em sua atuação: intensas negociações para distribuir cargos a aliados e a maneira com que analisa e tenta mudar medidas provisórias do governo.

Ele liderará a segunda bancada da Casa, com 78 deputados, em sua maioria fiéis ao governo. Ao líder cabe orientar como votará a bancada, entre outras funções.

Um dos temores do Planalto em relação a Cunha é sua atuação independente das orientações partidárias. Aliados contam que na Câmara ele criou a "bancada do Cunha", grupo de 34 parlamentares para os quais ajudou a obter recursos em 2010.

Para ganhar os holofotes, enfrentou até um de seus aliados, Henrique Alves (RN), favorito para conquistar hoje a presidência da Câmara.

Boa parte do incômodo provocado por Cunha se deve às articulações nas votações de medidas provisórias. E foi assim que ele ganhou força no Congresso.

Em 2007, Cunha foi responsabilizado pelo fim da CPMF, uma das derrotas do governo Lula no Congresso, que custou R$ 40 bilhões aos cofres.

Ele segurou por cinco meses a entrega do relatório sobre a prorrogação da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Com o atraso, o governo disse que ficou sem tempo para negociar e a prorrogação acabou derrubada no Senado.

Para evitar problemas, o Planalto recorreu ao hoje vice-presidente Michel Temer para segurar as alterações que Cunha queria fazer na MP que reduziu as tarifas do setor elétrico, editada em 2012.

Cunha foi para os holofotes ao ser nomeado presidente da Cehab (companhia de habitação do Rio) por Anthony Garotinho, então governador do Estado. Saiu e virou alvo de inquérito no STF por uso de documento falso.


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