Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
AGU pode demitir investigados da Porto Seguro
Apuração interna corrobora conclusões da Procuradoria de SP sobre membros do órgão
Três servidores da AGU (Advocacia-Geral da União) investigados na Operação Porto Seguro, deflagrada pela Polícia Federal em novembro e que investigou fraudes em pareceres públicos em prol de interesses privados, responderão a processos disciplinares e poderão ser demitidos do serviço público.
Pouco mais de dois meses depois do início da investigação interna, que deveria ter sido concluída em 30 dias, a AGU divulgou um resumo das conclusões.
Correm o risco de demissão José Weber Holanda, ex-número 2 da AGU, Jefferson Carús Guedes, ex-vice presidente Jurídico dos Correios, e Glauco Alves Moreira, ex-consultor jurídico da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).
A conclusão da investigação interna corrobora denúncia apresentada ainda em dezembro pela Procuradoria da República em São Paulo, que acusou Weber, Guedes e Moreira por corrupção passiva.
De acordo com a AGU, os "indícios encontrados foram os mesmos".
A investigação, no entanto, ainda pode atingir mais servidores do órgão, que não foram citados na Operação Porto Seguro.
A AGU determinou a abertura de novas sindicâncias internas, para apurar a conduta de outros funcionários.
Seus nomes não foram divulgados, assim como a quantidade de servidores sob suspeição.
Em razão disso, o órgão decidiu não tornar pública a íntegra das conclusões do corregedor-geral da Advocacia da União, Ademar Veiga.
Segundo ele, "havia, de fato, fortes indícios de irregularidade por parte de alguns advogados públicos".
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, também foi investigado internamente, segundo a AGU.
A sindicância concluiu que não houve irregularidades em sua conduta no cargo.
O procedimento burocrático adotado em relação aos três servidores da AGU acusados de corrupção é semelhante ao adotado em relação à ex-chefe de gabinete do escritório regional da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha.
O processo administrativo disciplinar tem de ser concluído em até 60 dias. O prazo poderá ser prorrogado dependendo da complexidade da apuração.
Os três já negaram participação em qualquer irregularidade. A Folha não conseguiu localizar nenhum deles na tarde de ontem.