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Bloco na rua

Corrida presidencial de 2014 começa com quatro nomes já no páreo

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

Faltam cerca de 20 meses para a eleição presidencial de 2014. Esse prazo dilatado impede vislumbrar cenários futuros com precisão, mas a presidente Dilma Rousseff já passou da metade do mandato e o Congresso acaba de escolher seus novos dirigentes.

A partir de agora, só um assunto dominará a política: quem serão os candidatos na corrida pelo Planalto.

Há quatro nomes mais evidentes e com o bloco na rua. Dilma quer concorrer à reeleição. O senador mineiro Aécio Neves é até o momento a principal aposta do maior partido de oposição, o PSDB. Na corrente da renovação da política, Marina Silva está prestes a lançar sua própria legenda e pretende disputar o Planalto. Por fim, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, também está hoje dentro do jogo.

O campo das especulações também é vasto. O ex-presidente Lula é sempre citado por uma facção paulista do PT -embora ele já tenha declarado que não pretende disputar cargos em 2014.

Pelo menos outros dois nomes aparecem na bolsa de apostas com alguma frequência. Um deles é o do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. O outro é o do ex-deputado federal Fernando Gabeira, que é filiado ao Partido Verde. Não está claro se ambos estarão na disputa presidencial.

Desde o fim da ditadura militar (1964-85), o Brasil já teve seis eleições presidenciais diretas. A menos imprevisível até agora foi a reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 98. Ele sempre foi o favorito e ganhou.

Já a reeleição de Lula (PT), em 2006, demorou um pouco mais para se consolidar. Em 2005 foi o ano do mensalão e havia dúvidas sobre as chances de vitória do petista.

Nas outras disputas, os cenários estavam muito incertos a 20 meses do dia da eleição -como hoje. Em fevereiro ou março de 88, Fernando Collor nem aparecia entre os possíveis candidatos, mas ele foi eleito em 89. Em 93, o favorito era Lula, mas quem venceu em 94 foi FHC.

Mesmo faltando 20 meses até a eleição e com a imprevisibilidade natural em torno do cenário da sucessão, há alguns fatores vitais que são conhecidos na definição dos nomes para 2014. Três são os mais relevantes, não necessariamente nessa ordem: o estado geral da economia, a popularidade de Dilma e a capacidade de cada postulante ao Planalto de fazer amplas alianças partidárias.

No caso da economia e da popularidade presidencial, há um mistério ainda não bem explicado. O desempenho do Brasil não tem sido bom, mas Dilma permanece bem avaliada. Uma resposta para o aparente paradoxo é que o nível de emprego continua alto. Mas ninguém se arrisca a dizer quanto tempo esse cenário persistirá.

No caso das alianças, o PT conseguiu em 2010 montar a mais ampla coalizão formal desde o final da ditadura. Dilma Rousseff foi apoiada oficialmente por dez partidos.

Esse arco de legendas hoje parece um pouco menos propenso a marchar com o PT em 2014. O PSB, com Eduardo Campos, pode ser o primeiro a sair. E o PMDB, o maior de todos, é constantemente assediado por outros projetos de poder.

No comando da Câmara e do Senado pelos próximos dois anos, o PMDB deve aumentar seu apetite por cargos. Ao mesmo tempo, Dilma terá de acomodar as demais siglas. A habilidade da presidente para satisfazer a fisiologia de seus aliados determinará o tamanho de sua coalizão eleitoral em 2014.

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Dilma Rousseff
A presidente é candidata à reeleição, mas ainda busca uma marca forte para seu governo. Quer se livrar do PIBinho e das dificuldades da infraestrutura do país

Lula
Embora uma parcela do PT sonhe com a volta do ex-presidente, a possibilidade é remota. A não ser que a própria Dilma não queira mais ser presidente

Renan Calheiros
O novo presidente do Senado será um dos fiadores da aliança de sua sigla, o PMDB, com o PT em 2014. Conquistou a presidência do Senado contra a vontade de Dilma e terá de ser paparicado pelo governo para ficar ao lado dos petistas

Sérgio Cabral
O governador do Rio adoraria ficar com a cadeira de Temer. Depois do constrangimento que sofreu em 2012 com a exposição de suas ligações com a construtora Delta, o peemedebista agora tenta voltar ao cenário nacional

Henrique Alves
O novo presidente da Câmara também chegou ao posto contra a vontade do Planalto. Tentará controlar seu partido, o PMDB, na Casa, mas pode ser ofuscado pelo poder de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder da bancada

Michel Temer
O vice-presidente está com a cadeira em perigo. Seu partido, o PMDB, é importante para o governo no Congresso e tem um bom tempo de propaganda na TV, mas ele será bombardeado até a chapa oficial ser confirmada

Gilberto Kassab
O ex-prefeito controla um partido de proveta, o PSD, e precisa montar chapas fortes em 2014 para manter a força de suas bancadas no Congresso. Será um ativo negociador de alianças no plano nacional e nos Estados

Eduardo Campos
O governador pernambucano acumulou força com o crescimento do PSB, mas seu nome ainda é pouco conhecido fora do Nordeste. Se for candidato e perder, poderá voltar mais forte em 2018. Se continuar com o PT, cobrará a fatura mais tarde

Marina Silva
Sensação de 2010, a ex-senadora tem como maior desafio criar um partido capaz de atrair novamente o voto de protesto, dos eleitores cansados dos políticos tradicionais

Aécio Neves
Do PSDB mineiro, o senador é o principal nome da oposição. Mas ainda falta convencer o partido a apoiá-lo de forma unificada, o que no PSDB nunca é fácil

Geraldo Alckmin
O governador de São Paulo deseja buscar a reeleição, mas anda propagando sinais de que poderia entrar na disputa pelo Planalto pelo PSDB

José Serra
O ex-governador tucano já tentou o Planalto duas vezes e fracassou. Vai cobrar caro seu apoio a quem for escolhido para ser o candidato do PSDB

Antônio Anastasia
O governador mineiro é um grande problema para o PSDB, pois ainda não fez um nome para sucedê-lo. Por isso, é comum ouvir em Brasília que Aécio teria de desistir de disputar o Planalto para se lançar ao governo do Estado

Joaquim Barbosa
Com o fim do julgamento do mensalão, minguaram as especulações sobre a possibilidade de o atual presidente do STF entrar na disputa pelo Planalto


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