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Análise Resposta Tucana

No Senado, Aécio se limita a revide histórico contra o PT

Tucano devolveu as críticas de petistas a FHC, mas não apresentou propostas

GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

No que deveria ser um marco da mensagem oposicionista, o presidenciável tucano Aécio Neves não ofereceu propostas ao falar na tribuna do Senado e praticamente se limitou a um revide histórico -que leva a comparações desfavoráveis ao PSDB.

Em discurso anteontem, o senador mineiro adaptou e devolveu críticas que o PT fazia e faz ao governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002): baixo crescimento econômico, sucateamento da indústria nacional, risco de apagão, enfraquecimento das estatais, corrupção.

Um sinal do mimetismo foi a preocupação de listar 13 "fracassos" da gestão petista, em referência ao número do partido, assim como o PT na campanha ao Planalto contabilizava 45 casos com acusações de corrupção da administração tucana.

Entre os inconvenientes dessa estratégia está o de que o PSDB não apresentou, no governo ou na oposição, alternativas palpáveis para a maior parte das mazelas apontadas por Aécio.

Se é verdade que a primeira metade do mandato de Dilma foi uma espécie de "biênio perdido" para o crescimento, FHC viveu dois biênios do gênero, que somam metade de seus dois mandatos.

No primeiro (1998-1999), houve a implosão do controle das cotações do dólar, que era a base do Real, devido ao excesso de endividamento e à escassez de reservas cambiais. No segundo (2001-2002), houve a combinação de racionamento de energia elétrica, colapso da Argentina, turbulência financeira internacional e incerteza doméstica com a eleição de Lula.

Não por acaso, os tucanos não dispõem de números para vencer os petistas nos indicadores econômicos e sociais mais compreensíveis para o eleitorado.

Aécio argumenta que os governos do PSDB e do PT enfrentaram "conjunturas e realidades absolutamente diferentes", mas nem ele nem seu partido explicaram até o momento como deveria ser enfrentada a conjuntura atual.

O tripé econômico legado por FHC -metas fiscais, metas de inflação e câmbio flutuante- só permitiu prosperidade quando o cenário internacional e os preços dos produtos primários de exportação viviam um momento excepcionalmente favorável.

Em um exemplo, o controle da escalada dos preços, cobrado por Aécio, certamente significaria juros mais altos e dólar mais baixo, o que agravaria ainda mais a situação da indústria nacional, deplorada pelo tucano.

Em outro, o presidenciável defendeu mais verbas para a saúde e a segurança, pouco depois de criticar as manobras contábeis empregadas para fechar as contas do Tesouro no ano passado -sem explicar como as contas fechariam com mais despesas.


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