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Outro lado
Deputado diz ser alvo de 'jogo de dossiês'
Em nota, Chalita questiona denúncia em 'momento estratégico' para 'atingir a imagem' de quem tem 'ética'
O deputado federal Gabriel Chalita disse em nota à Folha que os depoimentos de Roberto Leandro Grobman visam atingir a sua imagem.
"Por que estas denúncias surgem dez anos depois de eu ter deixado a Secretaria da Educação da gestão Geraldo Alckmin? Qual o interesse desse senhor e quais são as provas de suas acusações? Isso faz parte do jogo de dossiês, que surgem em momentos estratégicos, para atingir a imagem de quem trabalha por este país e tem compromisso com a ética".
Chalita negou que Grobman tenha tido cargo informal na secretaria. Sua assessoria diz que ele frequentava a secretaria como fornecedor.
Segundo a assessoria do deputado, Grobman só teve acesso ao círculo de Chalita porque namorou uma de suas principais assessoras, com quem chegou a frequentar o apartamento dele.
Segundo o deputado, a automação do apartamento de Higienópolis custou R$ 60 mil, pagos à Valverde.
Chalita disse que o COC jamais bancou viagens de avião ou de helicóptero na época em que foi secretário. A pasta tinha feito licitação para usar esse tipo de aeronave, de acordo com a sua assessoria.
Para o deputado, não há irregularidade na doação de computadores pelo COC, para serem sorteados em seu programa "Quarta Viva", na TV Canção Nova.
O grupo só pagou viagens e hospedagem de Chalita quando ele estava fora da secretaria, a partir de 2008, de acordo com a assessoria de Chaim Zaher. Chalita viajava para fazer conferências para o grupo. Ele tinha um contrato para fazer conferências, pelas quais recebia R$ 30 mil por apresentação, segundo a assessoria de Zaher.
Em certos anos, Chalita fez 12 conferências para o grupo.
Zaher afirmou em nota ser "vítima de seu antigo colaborador Roberto Grobman, que sistematicamente o ameaça, desde que foram rompidos laços de prestação de serviços com ele". Ele afirma ter registrado boletim de ocorrência sobre as ameaças em 5 de fevereiro deste ano
A assessoria de Zaher diz que o grupo COC nunca pagou despesas de automação do apartamento de Chalita, como relatou Grobman ao Ministério Público.
Assessores de Zaher confirmam que o grupo COC comprou 34 mil exemplares do livro "Pedagogia do Amor". O objetivo era presentear os cerca de 30 mil profissionais do grupo no Dia do Professor.
O prefeito de Santos, Paulo Barbosa (PSDB), não respondeu especificamente a nenhuma das dez questões encaminhadas pela Folha.
Barbosa, que foi secretário-adjunto da Educação, divulgou nota em que afirma ter uma vida política livre de acusações. "Jamais fui investigado ou réu em processo que envolva algum desvio de conduta moral".
Segundo a nota, ele considera estranho que as declarações feitas ao Ministério Público ocorreram às vésperas das eleições de 2012, ou seja, cerca de sete anos depois de ter deixado o cargo de secretário-adjunto.
"Medidas judiciais cabíveis também serão analisadas diante das inverdades e calúnias apresentadas", afirma Barbosa.