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Análise

Só o interesse de poucos explica essa proliferação de legendas

JOSÉ PAULO MARTINS JUNIOR ESPECIAL PARA A FOLHA

Os partidos são as principais organizações políticas no mundo, existentes em quase todos os países, mesmo nas ditaduras. Em regimes democráticos, eles ocupam posição central e são responsáveis pela agregação de interesses que se encontram dispersos na sociedade. Canalizam esses interesses para o governo e auxiliam na formulação de políticas públicas que procuram dar conta das demandas políticas, sociais e econômicas.

O Brasil é um país peculiar no que diz respeito aos partidos. Temos mais de três dezenas de legendas, das quais, nada menos que 24 possuem representantes eleitos para a Câmara dos Deputados. Não há qualquer explicação ideológica ou programática para tanta sigla. Nada justifica essa proliferação, a não ser o interesse de lideranças políticas e a permissividade da lei.

Sendo o Brasil um país democrático, poderíamos imaginar que a democracia está reproduzida dentro dos partidos. Nada mais equivocado.

Há mais de cem anos, o sociólogo alemão Robert Michels já apontava para a forte tendência oligarquizante das organizações partidárias na Europa e para a superação dos interesses gerais pelos interesses particulares de seus dirigentes.

As oligarquias partidárias podem ser facilmente identificadas quando observamos que mais de uma dezena de partidos têm presidentes no cargo há mais de dez anos.

Isso vale para grandes partidos, como o PMDB, para os médios, como o PPS e o PTB, e para os nanicos, como o PSDC, o PRTB e o PSC.

Podemos constatar também que nos partidos em que há mudança de presidente, como no PSDB e no PT, a coalização dominante -aqueles que dominam as áreas-chave das organizações, como financiamento, alianças, recrutamento e comunicação- pouco mudou nos últimos 20 anos.

A concentração de poder dentro das organizações partidárias constituem um forte indicador de que ainda temos que avançar muito para consolidar a democracia.


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