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Ex-diretor da FDE diz ter recebido oferta para acusar Chalita

Proposta de R$ 500 mil teria sido feita para ajudar a sustentar acusações de corrupção contra deputado

Milton Leme vai ao Ministério Público para acusar delator, mas promotores se recusam a tomar depoimento

MARIO CESAR CARVALHO JOSÉ ERNESTO CREDENDIO DE SÃO PAULO

Um ex-diretor da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) de São Paulo disse ontem à Folha que recebeu uma oferta de R$ 500 mil para ajudar a sustentar as acusações de corrupção que pesam contra o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP).

Milton Leme trabalhou com Chalita na época em que ele foi secretário estadual de Educação, de 2002 a 2006, e nesse período conviveu também com o analista de sistemas Roberto Grobman, cujas acusações levaram o Ministério Público Estadual a abrir 11 inquéritos contra Chalita.

Leme afirma que Grobman ofereceu os R$ 500 mil numa conversa telefônica em outubro do ano passado e sugeriu que a origem do dinheiro era a campanha do ex-governador José Serra (PSDB), que nessa época concorria com Chalita nas eleições para a Prefeitura de São Paulo.

Leme não tem provas. Ele procurou o Ministério Público Estadual com a intenção de prestar um depoimento ontem, mas os promotores que investigam Chalita se recusaram a ouvi-lo por achar que isso seria impróprio na atual fase dos inquéritos.

A Folha apurou que alguns dos promotores envolvidos com o caso avaliam que seu objetivo é tumultuar as investigações e ajudar Chalita.

Segundo Leme, a oferta de Grobman foi feita depois de um encontro que eles tiveram no shopping Higienópolis com o deputado Walter Feldman (PSDB-SP), aliado de Serra e na época integrante da equipe do então prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Serra também estava no shopping, conforme o relato de Leme, e teria acenado enquanto eles conversavam.

Leme diz que na época estava preocupado com um processo do Tribunal de Contas do Estado em que é acusado de ter causado prejuízos para os cofres públicos na FDE.

Dias depois, Leme afirma que Grobman lhe telefonou para dizer o seguinte: "Qual o prejuízo que você teve com esse processo? Você acha que R$ 500 mil resolvem o assunto? Aquele pessoal que eu te apresentei quer te ajudar. Você está comigo?". Leme disse que rejeitou a proposta.

Feldman e Grobman confirmam o encontro com Leme no shopping, mas negam ter oferecido dinheiro a ele. Serra afirmou que não conhece Leme e Grobman, nem os fatos relatados por eles.

Leme foi sócio de Grobman em duas empresas após sair do governo estadual. Eram amigos e chegaram a viajar juntos para os EUA uma vez.

Segundo Leme, o analista recebeu dinheiro para acusar Chalita. "Tenho a forte sensação de que ele recebeu dinheiro", afirmou, sem apontar a fonte pagadora.

Grobman diz que foi indicado para trabalhar com Chalita na Secretaria da Educação pelo empresário Chaim Zaher, que era dono do COC, para conseguir negócios para o grupo educacional.

Segundo Grobman, Leme também foi indicado por Zaher para defender interesses do COC, o que ele nega. Leme é investigado em três dos inquéritos abertos pelo Ministério Público Estadual.


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