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Dilma troca três ministros para ter apoio à reeleição

Presidente muda Agricultura, Trabalho e Aviação Civil para contemplar PMDB e PDT e garantir alianças em 2014

Após ameaça do PDT de se aliar a adversários, Dilma devolve pasta a grupo que havia saído do governo sob suspeita

VALDO CRUZ FERNANDA ODILLA NATUZA NERY DE BRASÍLIA

Após negociações que se arrastaram por mais de três meses, a presidente Dilma Rousseff promoveu ontem três mudanças ministeriais visando garantir apoio de partidos aliados à campanha por sua reeleição em 2014.

A primeira etapa da reforma ministerial contempla o PMDB e o PDT. Numa segunda etapa devem ser atendidos o PR e o PSD, como parte da estratégia eleitoral do governo Dilma de evitar a perda de aliados para os potenciais adversários na campanha de 2014: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE).

Ontem, o Palácio do Planalto fechou duas mudanças que atendem o PMDB: a nomeação de Antônio Andrade (PMDB-MG) para o Ministério da Agricultura e a transferência de Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) para a Secretaria de Aviação Civil.

A terceira mudança contempla a cúpula do PDT, que ameaçava deixar a base aliada do governo para se aliar ao PSDB ou ao PSB. Deixa o Ministério do Trabalho o pedetista Brizola Neto e entra o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, aliado do presidente da sigla, Carlos Lupi.

Nomeado ministro do Trabalho em maio de 2012, Brizola Neto não ficou nem um ano no cargo. Ele entrou após Lupi, sob suspeita de irregularidades, deixar a pasta.

Assumiu com a missão de unificar o PDT, mas, como não conseguiu apaziguar a guerra interna, Dilma restabeleceu o controle a Lupi.

De olho no xadrez eleitoral, Dilma decidiu contemplar o PMDB mineiro com um cargo na Esplanada, nomeando Antônio Andrade para a Agricultura. Trata-se de uma manobra para evitar que o partido em Minas apoiasse o tucano Aécio Neves na próxima eleição presidencial.

A escolha de Andrade deve fortalecer ainda a potencial candidatura ao governo de Minas do ministro petista Fernando Pimentel (Desenvolvimento), que pode ganhar o apoio do PMDB local.

A transferência de Moreira Franco para a Aviação Civil compensa o PMDB depois que fracassou o projeto de nomear o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) para o Ministério de Ciência e Tecnologia.

A mexida busca ainda agradar o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), de quem Moreira Franco é próximo politicamente.

Roger Stiefelmann Leal, secretário-executivo de Assuntos Estratégicos, comandará interinamente essa pasta.

Com as mudanças, além de Brizola Neto, perdem o cargo os ministros Wagner Bittencourt, técnico que comandava a Aviação Civil, e o deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS), que deixa a Agricultura.

SEGUNDA ETAPA

O tucano Aécio Neves divulgou nota ontem atacando a reforma ministerial de Dilma. "A máquina só faz inchar e a busca pela eficiência foi substituída pela lógica da reeleição. Ao que parece, a prioridade é garantir alguns segundos a mais na propaganda eleitoral ao invés de fazer o governo funcionar", disse.

Numa segunda etapa, Dilma ainda deve contemplar um nome do PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab para a recém-criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

O mais cotado é o do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos.

Publicamente, o ex-prefeito afirmou ter dito à presidente que seu partido não quer cargos no governo. Mas reservadamente solicitou a Dilma que o PSD ficasse de fora para não ter seu nome associado a barganhas eleitorais.

A presidente terá de resolver ainda a situação do PR. Ela quer manter Paulo Sérgio Passos nos Transportes. Mas, apesar de filiado ao PR, a legenda o considera na cota de Dilma, e não do partido.


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