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Análise reforma ministerial

Mudanças fisiológicas só visam 2014, e não a melhora da gestão

Dilma tenta agradar as pessoas certas dentro de cada legenda que pode ajudá-la na campanha à reeleição

A modelagem da atual troca de ministros é essa: Reforçar em cada partido Os políticos com poder para assegurar o apoio oficial ao projeto de reeleição

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

Em uma empresa privada ou em um governo bem administrado, quando são trocados alguns dos principais dirigentes, o objetivo é sempre melhorar o desempenho da máquina. Ter mais resultados positivos.

No caso da atual reforma ministerial, a meta não é buscar dirigentes capazes de tirar o Brasil do baixo crescimento econômico ou dinamizar a administração pública. O único objetivo é garantir a reformatação da aliança partidária para a presidente Dilma Rousseff tentar sua reeleição em 2014.

É evidente que Dilma não despreza totalmente as credenciais profissionais de quem nomeia. Mas é um controle frouxo.

Basta analisar os nomes dos ministros que saem e dos que entram para perceber que pouco ou nada será obtido em termos de gestão mais eficiente. Nenhum gênio da administração está sendo nomeado.

Já do ponto de vista político-eleitoral, a engenharia é muito clara. Dilma busca reforçar os partidos aliados preferenciais em 2014.

Assim como nos shopping centers há as chamadas "lojas âncoras", numa coalizão política é a mesma coisa.

O PMDB é uma âncora eleitoral de Dilma. Não pelos nomes que a legenda pode oferecer para ajudar em comícios pelo país afora. Tampouco pelo potencial nas urnas do atual vice-presidente, Michel Temer, do PMDB e com pouca densidade eleitoral. O que importa é o tempo de rádio e de TV que os peemedebistas oferecem, por ainda serem o maior partido do país.

A lógica pode parecer simples: a presidente reparte os seus 39 ministérios e 20 mil cargos de confiança entre os partidos governistas e está tudo resolvido. Não é assim que ocorre na vida real.

Os partidos no Brasil são multifacetados. Ao se jogar na fisiologia tradicional, Dilma toma cuidado para agradar as pessoas certas dentro de cada legenda.

É esse desafio atual da presidente: sofisticar o processo de toma lá, dá cá para colher os resultados em junho do ano que vem.

Os partidos podem jurar obediência agora ao governo, mas o casamento de fato só será sacramentado no mês de junho de 2014, nem antes nem depois. Esse é o prazo legal estipulado pela Lei Eleitoral para que cada agremiação faça sua convenção nacional e oficialize o apoio (ou não) a uma candidatura ao Palácio do Planalto.

A modelagem da atual troca de ministros é essa. Reforçar em cada partido aliado os políticos com poder para assegurar, em junho de 2014, o apoio oficial ao projeto de reeleição dilmista. A presidente repete assim, sem grandes pudores, o que fizeram seus antecessores Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).


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