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Ribeirão

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Funk ao ar livre fecha ruas e reúne multidão na periferia

Festa em bairro de Ribeirão tem bebida alcoólica, drogas e até crianças

Moradores de casas próximas se dizem 'reféns' e reclamam do som alto, mas têm medo de se identificar

DANIELA SANTOS EDSON SILVA DE RIBEIRÃO PRETO

Domingo, 20h, e o primeiro carro com o som de um funk "nas alturas" estaciona entre as ruas Maria Celina Bin Rosa e Antoun Youssif Issa, no Paulo Gomes Romeo, periferia de Ribeirão Preto.

Rapidamente, outros veículos param, também com música alta. Em duas horas, já são cerca de 500 pessoas.

A cena lembra o Rio. Meninas, adolescentes e jovens dançam músicas como "Senta na Cabecinha" e "Danada Vem que Vem". Exibindo sensualidade, muitas usam shorts curto ou roupa colada.

Algumas, aparentando ter quatro, cinco anos de idade (acompanhadas das mães), imitam as adolescentes: rebolam, agacham e vão até o chão.

Rapazes caminham pela multidão com garrafas de bebida alcoólica e narguilés (espécie de cachimbo).

Tráfico de drogas, "rachas" e manobras arriscadas com motos, além de crianças com bicicletas no meio da confusão, completam o cenário do ritual (nome que se dá ao baile funk), que acontece há cerca de quatro meses.

Ao empinarem as motos, os rapazes quase encostam suas cabeças no chão. Correm no meio da multidão e passam rente a crianças.

De um dos prédios do condomínio Wilson Toni, que fica em frente à rua Maria Celina Bin Rosa, a Folha acompanhou a movimentação por mais de três horas no dia 14.

A reportagem também passou pelo meio do baile e sentiu o cheiro de maconha. Não viu nenhum carro da PM nem da Guarda Municipal, apesar de os moradores afirmarem que pediram ajuda.

À Folha a PM disse que faz operações no local.

TRÁFICO NO 'FERVO'

Um corredor é formado na rua. Outra turma entra na festa: motoristas em carros de luxo como New Beatle, Corolla, Honda Civic e Audi passam e param para conversar rapidamente com rapazes.

Numa cena típica de venda de drogas, esses jovens se apoiam nas janelas dos veículos e falam com os motoristas, que logo deixam o local.

Em determinado momento, quando a reportagem conversa com moradores que vivem a três quarteirões de onde acontece o baile, o motorista de um carro estaciona e pergunta para a repórter onde pode comprar o "pó". Um morador aponta em direção ao ritual e diz: "No fervo".

Moradores ouvidos pela reportagem se dizem "reféns" do tráfico e do ritual funk por causa do som exageradamente alto, que não permite nem que se converse ou veja TV dentro de casa.

No entanto, o medo impera: nenhum morador tem coragem de se identificar.


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