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Ribeirão deve R$ 12,5 mi a fornecedores
Pagamento deveria ter sido repassado pela prefeitura às empresas prestadoras de serviços realizados na cidade
Administração diz que acertos em até 90 dias são comuns, mas empresas falam em atraso de seis meses
Apenas nos cinco primeiros meses deste ano, a Prefeitura de Ribeirão Preto acumula ao menos R$ 12,5 milhões em dívidas com fornecedores e prestadores de serviço.
Os atrasos nos pagamentos chegam a seis meses. O governo Dárcy Vera (PSD) tem registrado problemas financeiros. No ano passado, a cidade fechou o caixa no vermelho, com deficit de R$ 172 milhões --50% a mais do que o registrado em 2011.
Procurada, a prefeitura informou que os pagamentos são programados de acordo com uma ordem cronológica.
Segundo a Folha apurou, uma das empresas mais afetadas é a Leão Ambiental, responsável pela coleta do lixo na cidade. A dívida já acumula R$ 12 milhões, referentes a prestação de quatro meses de serviço de limpeza. Procurada pela reportagem, a empresa não falou.
Ontem, o vereador Ricardo Silva (PDT) afirmou que vai pedir explicações à prefeita sobre o atraso dos pagamentos aos fornecedores e prestadores de serviço.
Ele diz ter sido procurado por representantes de três empresas que estão há seis meses esperando o pagamento do Executivo. Os empresários não quiseram se manifestar sobre o assunto.
"Vou solicitar quantos são os contratos atrasados, em quais áreas são mais recorrentes. O valor de cada um deles e uma explicação da prefeitura sobre os motivos do não cumprimento dos pagamentos", disse.
De acordo com Silva, os representantes relataram que a prefeitura chegou a cancelar notas fiscais referentes a 2012 e fazer um novo lançamento neste ano, tudo para evitar um deficit ainda maior.
HISTÓRICO
Não é a primeira vez que a Prefeitura de Ribeirão Preto enfrenta problemas financeiros e atrasos nos pagamentos de fornecedores e prestadores de serviço. Os débitos estão, principalmente, nas áreas da saúde, limpeza pública e obras.
Em outubro do ano passado, o atraso nos pagamentos afetou a coleta de lixo na cidade. Em setembro de 2011, os mesmos problemas foram relatados pela Folha envolvendo outras empresas e construtoras que prestavam serviço na cidade.
Por causa da falta de recursos, Dárcy chegou a tomar uma medida emergencial no final do ano passado. Solicitou à Câmara a antecipação da restituição da verba repassada e não usada pelo vereadores. O dinheiro foi usado para pagar dívidas.
Em agosto, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) emitiu uma alerta à prefeitura apontando que a situação "desfavorável" comprometia sua execução orçamentária.
