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UFSCar cria nova variedade de alface

Tipo da verdura, que será lançado hoje, tem como características a crocância e a facilidade de higienização

Batizado de Brunela, o alimento já passou por um ano de testes e deve atrair principalmente o mercado 'gourmet'

REINALDO JOSÉ LOPES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SÃO CARLOS

Um tipo híbrido de alface, desenvolvido por pesquisadores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) para combinar os atrativos das variedades crespa e americana, será lançado oficialmente ao público hoje.

A ambição dos criadores da Brunela, que ganhou o nome em homenagem a uma confeitaria histórica de São Paulo famosa pelos doces sofisticados, é que a nova variedade conquiste fama de alface "gourmet", adequada para paladares sofisticados.

"Ela é excelente para a confecção de lanches, por exemplo, porque as folhas dela não queimam em contato com o hambúrguer, ao contrário do que ocorre com as alfaces que estão no mercado", explica o engenheiro agrônomo Fernando Cesar Sala, professor de horticultura no campus da UFSCar em Araras (a 168 km de São Paulo).

Sala e seus colegas chegaram à Brunela depois de cruzar duas variedades de alface, uma australiana, conhecida como "green frizzly", e outra nacional, conhecida como crocante.

Nesse tipo de trabalho, o pólen das flores de uma das variedades (sim, a alface produz flores) é lavado com água e colocado nas flores da outra variedade, produzindo, então, o híbrido.

O resultado é uma planta cujas folhas lembram mais as da alface crespa, hoje preferida pelo consumidor brasileiro, mas crocantes como as da alface americana, o que, para os pesquisadores, aumenta o valor gastronômico da verdura. O segredo "é a espessura foliar [das folhas], mais grossa", explica Sala.

FÁCIL DE LAVAR

A variedade do vegetal também foi "projetada" para facilitar o processo de lavagem industrial das folhas, já que a tendência é as pessoas preferirem a alface pré-higienizada, de acordo com o engenheiro agrônomo.

"Mas, para que isso seja feito, é preciso uma folha grossa, porque são máquinas que fazem a lavagem e a centrifugação. Se a folha for fina, acaba murchando e quebrando", afirma Sala.

Antes do lançamento oficial de hoje, a Brunela já passou por um ano de testes comerciais em seis Estados do país, sendo vendida por parceiros da universidade.

SEMENTES

Segundo o pesquisador, a aceitação da variedade pelos consumidores tem sido boa.

Produtores rurais interessados no cultivo do novo tipo de alface podem obter as sementes sem custos no campus da UFSCar.

A produção de novas sementes será feita por empresas credenciadas, que pagarão royalties à universidade. "A gente sugere que a comercialização seja feita com o nome da variedade, porque a ideia é termos uma marca forte de alface genuinamente brasileira", diz Sala.


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