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Ribeirão

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Ribeirão tem seis protestos no mesmo dia

Após onda de manifestações, cidade registrou ontem passeatas por reivindicações diferentes em quatro lugares

Na tradicional escola Otoniel Mota, estudante atropelado foi homenageado e partidos, hostilizados

DE RIBEIRÃO PRETO

A onda de manifestações iniciada na semana passada se espalhou por diferentes pontos de Ribeirão Preto ontem. Ao menos seis mobilizações foram realizadas em quatro lugares distintos.

Aos integrantes do Movimento Passe Livre local, grupo que liderou o histórico protesto de Ribeirão no último dia 20 --quando 25 mil pessoas foram às ruas, segundo a Polícia Militar--, juntaram-se outras tribos.

No palácio Rio Branco, sede da prefeitura, estiveram estudantes de direito e membros da cooperativa Mãos Dadas ao lado dos ativistas que pedem tarifa zero para o transporte coletivo urbano.

O grupo de alunos pede a contratação de trabalhadores que atuam na coleta seletiva de lixo pela cooperativa.

Já os ativistas do Passe Livre completaram ontem, no final da cidade, 44 horas acampados, em 20 barracas, em frente ao Rio Branco. Os manifestantes vão continuar lá por tempo indeterminado.

Na Ribeirânea, a mobilização de familiares de alunos da Apae evitou a demissão de 22 professores. De acordo com os diretores da associação, que assiste pessoas com algum tipo de deficiência física ou intelectual, a situação financeira é preocupante.

Alguns profissionais estão com salários atrasados desde fevereiro. Segundo o presidente da Apae, Adalberto Griffo, a associação gasta o dobro da sua receita, gerando um desequilíbrio orçamentário que contribui para um deficit em suas contas.

"Resolvemos, junto com o conselho de pais e possíveis integrantes da nova diretoria, não demitir ninguém e tentar achar uma solução para conseguir a verba para continuar os atendimentos", disse.

HOMENAGEM AO MÁRTIR

Na tradicional escola Otoniel Mota, cerca de 400 estudantes e professores prestaram homenagens ao jovem Marcos Delefrate, 18, que morreu na semana passada ao ser atropelado na manifestação do dia 20.

"O Marcos se tornou um mártir. Isso aqui [a homenagem na rua] é uma aula de civismo real. Estamos lembrando a sua luta. Ele estava fazendo o que todos nós deveríamos fazer, que é protestar", afirmou o professor de filosofia, Nestor Müller.

Durante a homenagem, amigos, ex-colegas e professores da escola discursaram num carro de som, intercalados por aplausos. Faixas e cartazes prestavam homenagens a Delefrate. Os alunos também rezaram.

Na escola, os manifestantes hostilizaram membros de partidos políticos que tentaram se juntar ao grupo.

Já na esplanada do Theatro Pedro 2º, integrantes do PSOL, PSTU e PCB reivindicavam mais investimento em educação. Os partidos querem que 10% do PIB do país seja gasto no setor.

"Hoje, o governo destina só 4,3% [do PIB] para a educação. É muito pouco", disse Vitor Barros, 22, estudante de direito da USP e membro da Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes Livres).

No mesmo local, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) reivindicou mais agilidade na reforma agrária.

Houve ainda uma tentativa de protesto mobilizado pela internet. Dez pessoas chegaram a ir para a frente de uma unidade da igreja Assembleia de Deus protestar contra deputado federal Marco Feliciano (PSC), mas desistiu após saber que o também pastor não iria ao local.


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