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USP quer fórum para discutir mudanças no curso de medicina
Ideia é debater o assunto com integrantes do Ministério da Saúde, da Unesp e da Unicamp
A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, quer reunir os cursos de medicina oferecidos em instituições públicas do Estado para discutir a proposta federal que prevê que alunos trabalhem dois anos no SUS após os seis anos de graduação.
A intenção é que aconteça em agosto um debate com o Ministério da Saúde e representantes dos cursos de medicina da USP Ribeirão e São Paulo, Unicamp e Unesp, segundo o diretor da faculdade de Ribeirão, Carlos Gilberto Carlotti Júnior.
Entre os professores do curso de Ribeirão, a proposta do governo federal tem pontos positivos, mas também causa preocupações, diz Carlotti Júnior.
"Por um lado, traz a discussão sobre o investimento na saúde, que não era prioridade. Mas essa foi uma proposta muito rápida, sem discussão com as escolas médicas."
Não há uma definição clara, disse ele, de qual atividade o aluno fará na rede básica e como será a supervisão dele. "Será o professor que acompanhará ou o profissional da rede de saúde?"
Outra dúvida apontada é se esse estudante recém-formado poderá ou não atuar nas equipes de saúde da família, substituindo o médico dessa especificidade, que tem uma formação própria, mais complexa.
Ele ainda aponta a falta de estrutura física da rede pública. "Um projeto que será implantado em tão pouco tempo nos cursos de medicina precisaria de mais preparo das faculdades", disse Carlotti Júnior.