Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ribeirão

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Foco

Cemitério japonês que tem até morto em luta de sumô faz 93º ritual anual

EMERSON VOLTARE EM PRESIDENTE PRUDENTE (SP)

Todo segundo domingo de julho a centenária comunidade japonesa de Álvares Machado (567 km a oeste de SP) se reúne para homenagear os antepassados numa cerimônia de "convite às almas", espécie de Finados da colônia.

Segundo organizadores do Shokonsai, nunca choveu e nenhuma vela foi apagada em 93 anos do evento. A cerimônia ocorre em um dos raros cemitérios japoneses fora da Ásia. No continente americano, haveria apenas um outro registro, no Peru.

Sempre para de ventar no momento em que as velas são acesas em todos os túmulos, dizem os frequentadores mais antigos do evento, que teve sua primeira edição em 1920.

Ontem, um dia de sol com 28°C em pleno inverno, o agricultor aposentado Yoshiraru Takata, 82, acordou às 4h para ser levado pelo seu filho de Londrina, no norte do Paraná, ao cemitério.

Chegou por volta das 8h, após duas horas de viagem, a tempo de participar das primeiras cerimônias religiosas budistas e católicas do local.

"Venho rezar pela alma da minha mãe [Tie Takata], que foi enterrada aqui em 1932." Ela morreu quando ele tinha apenas um ano.

O local foi criado em 1918 para abrigar a cada vez mais numerosa colônia que se formava no entorno de Presidente Prudente (SP).

A maioria das primeiras vítimas era de febre amarela e de outras doenças tropicais. Também estão enterradas pessoas assassinadas em brigas fundiárias e até vítima de uma luta de sumô.

No "ohaka" (cemitério, em japonês) foram enterradas 784 pessoas entre japoneses e descendentes diretos. Há uma exceção: Manoel, um brasileiro, que ganhou seu jazigo no espaço porque foi assassinado defendendo uma família japonesa de um jagunço. O local foi tombado em 1982.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página