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Um mês após crime, atropelador é preso

Foragido havia 28 dias, empresário foi detido em clínica de recuperação para usuários de drogas em Bragança Paulista

Indiciado sob suspeita de homicídio, motorista que atropelou e matou estudante em protesto foi transferido para cadeia

DANIELA SANTOS DE RIBEIRÃO PRETO

O empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, 37, que atropelou e matou um estudante durante manifestação em Ribeirão Preto, foi preso ontem de manhã em uma clínica de recuperação para usuários de drogas em área rural de Bragança Paulista.

Azevedo, que ficou 28 dias foragido, foi detido enquanto dormia e não apresentou resistência, de acordo com o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Paulo Henrique Martins, responsável pelo caso.

Depois de ser detido, Azevedo foi transferido para Ribeirão, passou pela Delegacia Seccional e foi para o prédio do Deinter-3, onde entrou pelos fundos.

O empresário passou pelo exame de corpo delito e, de acordo com o médico do IML (Instituto Médico Legal) que o atendeu, João Batista da Costa Figueiredo Vicente, um ferimento recente foi identificado em sua mão direita. "Até parece que ele deu um soco em algum lugar."

Embora tenha ficado cerca de duas horas na delegacia, o empresário não foi ouvido formalmente pela polícia.

Familiares de Ishisato, como a irmã Michaela, estiveram na delegacia e falaram com o empresário.

Michaela foi vista pela reportagem entrando na delegacia com uma sacola que continha produtos higiênicos, como papel higiênico.

Por volta das 18h, ele foi levado, segundo o delegado, para uma cadeia. O nome não foi revelado "por questão de segurança". Azevedo retornará hoje à delegacia para prestar o depoimento. A Folha não conseguiu falar com o advogado do empresário.

De acordo com Martins, Azevedo chegou a ficar cerca de dez dias na chácara de um conhecido e usava um carro Mercedes para se deslocar naquela região. A polícia vai investigar se o dono do imóvel sabia que o empresário era foragido da Justiça enquanto ele permaneceu no local.

Neste domingo, a prisão temporária concedida pela Justiça completa 30 dias. O delegado da DIG disse que vai pedir a prorrogação, mas caso não seja concedida, Azevedo poderá sair da cadeia.

Na última segunda-feira a Polícia Civil concluiu o inquérito do caso e indiciou o empresário sob suspeita de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, lesão corporal, omissão de socorro e fuga do local de acidente.

O delegado também fez o pedido da prisão preventiva e aguarda resposta.

O ACIDENTE

O atropelamento aconteceu no último dia 20. Na ocasião, ao menos 25 mil pessoas haviam saído pelas ruas da cidade reivindicando melhorias no transporte, saúde e educação.

O estudante Marcos Delefrate, 18, morreu no local. Outros três manifestantes se feriram. Azevedo fugiu sem prestar socorro e teve a ajuda da irmã Michaela para deixar sua casa, no Jardim Botânico, bairro nobre da cidade.


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