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Dívidas fazem Araraquara cortar 52 cargos
Demissões equivalem a um terço do total de comissionados na administração e atingem também oito secretários
Meta é economizar R$ 10,7 milhões; prefeitura tem dívida de R$ 30 milhões com fornecedores
Com uma dívida de R$ 30 milhões, o prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri (PMDB), anunciou ontem o corte de 52 dos 153 cargos comissionados do município --incluindo oito secretários.
A medida, acompanhada de várias outras ações de redução de despesas, tem como meta economizar R$ 10,7 milhões até o final deste ano.
A maioria dos funcionários que ocupava os cargos comissionados sai do governo. Uma parte, porém, continua na administração, mas irá receber salários inferiores.
Barbieri afirmou que as mudanças são necessárias sobretudo devido às dívidas de curto prazo com fornecedores da prefeitura.
"Queremos impedir que a dívida aumente e comprometa as finanças. Por isso estamos tomando essas medidas de contenção", disse.
Foram extintos os cargos de secretários de Administração, Agricultura, Comunicação, Habitação, Esporte e Lazer, Serviços Públicos e Trânsito e Transportes. Já a pasta de Meio Ambiente será incorporada à de Articulação.
Dos secretários exonerados, que tinham salários de R$ 9.411, cinco vão continuar comandando as pastas, mas como coordenadores, cujos rendimentos são de R$ 5.306.
Além das demissões, a prefeitura extinguiu ainda gratificações pagas a outros 36 servidores, que desempenham funções de chefia nos setores onde trabalham.
A cidade anuncia os cortes um mês depois das manifestações que atingiram todo o país --inclusive Araraquara-- e que pediam, entre outras medidas, o enxugamento de cargos públicos.
OUTRAS REDUÇÕES
Além de reduzir as despesas com salários, o prefeito anunciou ainda a redução nas horas extras, devolução de veículos alugados para serviços da administração e diminuição de contratos de telefonia (fixa e móvel).
As medidas começam a valer a partir de amanhã e serão publicadas hoje no "Diário Oficial" do município.
O anúncio em Araraquara foi feito no mesmo dia em que o governo do Estado comunicou o corte de 2.036 cargos comissionados em São Paulo.
Apesar do anúncio, a oposição disse que as medidas não bastam. O vereador Édio Lopes (PT) afirmou que o município não tinha verba orçamentária para bancar esses cargos e secretarias.
Para ele, outras medidas deverão ainda ser implementadas pela prefeitura.