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Primo dos donos da Gol compra empresa de ônibus de Ribeirão
Em crise, Transcorp foi adquirida pelo empresário Pedro Constantino; companhia aérea já comanda a Turb na cidade
As duas empresas de ônibus são sócias do Pró-Urbano, consórcio que explora o serviço de transporte coletivo local
Em meio a uma disputa judicial e denúncias de descumprimento do contrato de concessão do transporte coletivo, a Transcorp --uma das quatro empresas que formam o consórcio Pró-Urbano-- foi vendida para o empresário Pedro Constantino.
Ele é primo dos donos da empresa aérea Gol e da empresa de ônibus Turb, que também integra o consórcio. Apesar disso, eles negaram ter relações empresariais. A transação deve ser concluída nesta semana. O valor deve ultrapassar R$ 30 milhões.
Por se tratar de uma empresa concessionária de serviço público, Constantino chegou a consultar a Prefeitura de Ribeirão Preto para a aprovação, mas, após avaliação jurídica, a prefeita Dárcy Vera (PSD) entendeu que a administração não precisaria autorizar nem vetar a compra.
A Transcorp, que tem negócios em outras cidades, como Paulínia, pertencia à família do presidente da Passaredo Linhas Aéreas, José Luiz Felício Filho. Nenhum representante da empresa, que está em recuperação judicial, foi localizado ontem para comentar a transação.
Constantino participou ontem de uma reunião com a prefeita e representantes das outras empresas que compõem o consórcio --Rápido D'Oeste, Sertran (Sertãozinho Transportes e Serviços Ltda.) e Turb-- para tratar do cumprimento do contrato.
A prefeitura deu um novo prazo, até o final de setembro, para que eles apresentem o projeto de construção de um terminal de R$ 7,9 milhões na avenida Jerônimo Gonçalves.
DÍVIDAS
O consórcio Pró-Urbano, do qual a Transcorp faz parte com 30%, entrou com uma ação na Justiça no começo deste ano para "legalizar" o descumprimento do contrato. O grupo alega desequilíbrio financeiro para fazer os investimentos previstos.
Segundo Constantino, em função desse desequilíbrio, a dívida da Transcorp aumentou. De acordo com ele, existe a possibilidade do pagamento pela aquisição ficar apenas com a dívida. O valor está sendo auditado e deve ultrapassar R$ 30 milhões.
"A situação é tão complicada que a dívida da empresa [Transcorp] era tão alta que a coisa [transação] está ficando pelo valor da dívida."
