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Cidades pequenas revelam maior carência de médicos
Das 49 inscritas no Mais Médicos, 55% têm menos de 20 mil habitantes
Ribeirão, Araraquara e Franca também se inscreveram; nenhuma cidade da região foi atendida na 1ª fase
O programa federal Mais Médicos atraiu o interesse de 49 cidades da região de Ribeirão Preto com carência de profissionais para atender a rede básica de saúde.
A procura ocorreu principalmente por cidades de menor porte: 55% delas têm menos de 20 mil moradores.
São municípios que precisam de médicos clínicos gerais principalmente para casos mais simples e, conforme a gravidade do caso, encaminhar para uma unidade especializada, muitas vezes situada em cidades maiores.
Com a menor população da região, Trabiju, cidade de 1.544 habitantes, inscreveu-se para receber um médico. Hoje existem quatro na rede municipal.
A ideia da prefeitura é que dois médicos a mais (a prefeitura também estuda contratar mais um) poderiam ajudar a implantar o serviço de atender à noite os trabalhadores rurais, que durante o dia não podem ir ao médico.
Salários mais baixos e piores condições de trabalho e de vida social estão entre os motivos da dificuldade de atração de médicos em municípios pequenos, diz o docente Juan Yazlle Rocha.
"Vamos abrir concurso, mas é difícil achar quem queira trabalhar em centro de saúde", disse Marisa Fiod Oliveira, secretária da Saúde de Nuporanga. O salário, admite, não atrai: R$ 2.200 para 20 horas semanais.
Mas até nas especialidades médicas há carência. Em Restinga, a prefeitura tem hoje cinco médicos, mas precisaria de mais quatro, nas áreas de pediatria, oftalmologia, cardiologia e ginecologia.
Nenhum município da região, porém, está na primeira lista de cidades contempladas, segundo o Ministério da Saúde. Uma nova seleção de municípios deve ser divulgada me setembro.
Além dos menores municípios, os mais populosos como Ribeirão, Araraquara e Franca também buscam médicos. Araraquara solicitou ao Mais Médicos 23 profissionais, a maioria para atuar na saúde da família.
Em Ribeirão, a inscrição foi para um profissional para o bairro Heitor Rigon para reforçar a equipe local de saúde da família. Hoje são 650 médicos na rede. O município espera ser contemplado em uma segunda etapa.
