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Procurador pede cuidado à obra de Portinari
Ministério Público Federal entrou na Justiça para garantir a conservação de 28 telas do artista expostas em Batatais
Igreja responsável por coleção tombada afirma que há falta de repasse de verbas para fazer restauração
O Ministério Público Federal entrou na Justiça contra o Estado e o município de Batatais para garantir a conservação e o restauro de 28 obras de Candido Portinari expostas na Igreja Senhor Bom Jesus da Cana Verde.
Tombados pelo município, Estado e pela União, os afrescos estão em condições que põem em risco sua integridade desde 2003, como goteiras, infiltrações, ação de cupins e excesso de calor.
De acordo com o Ministério Público, a igreja, proprietária das obras por doação, informou que há falta de recursos para a conservação, mas não disse quais são as condições atuais do prédio.
A Folha tentou, mas não conseguiu contato com a igreja. A secretária da paróquia informou que o padre responsável esteve em reunião durante toda a tarde de ontem.
A Igreja Senhor Bom Jesus da Cana Verde é detentora do maior acervo de arte sacra de Portinari (1903-62).
Por causa da falta de solução, uma ação foi ajuizada no último dia 7 de agosto, pedindo que a Justiça determine, em caráter liminar, um prazo de 30 dias para que seja apresentada comprovação da contratação de empresa especializada para a restauração e conservação, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia caso a determinação não seja cumprida.
OUTRO LADO
De acordo com o secretário de Turismo de Batatais, Antônio Carlos Correa, os trâmites legais do tombamento de parte das obras atrasam o repasse da verba destinada à restauração das obras.
Segundo Correa, os trabalhos de restauro devem começar em 30 ou 45 dias.
Já o Estado informou que a assinatura do convênio com o município depende apenas da regularização de documentos.
Além das 14 obras tombadas pelo Estado, a Secretaria da Cultura pediu o tombamento de outras oito telas, que deverão ter autoriza- ção do Condephaat (órgão do Estado).