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Ribeirão

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Linha férrea abriga lixo e entulho na periferia de Ribeirão

Animais mortos e até peças de automóveis fazem parte do cenário de trilhos urbanos na zona norte da cidade

Concessionária afirma limpar periodicamente o local, mas pede o auxílio da prefeitura na destinação de resíduos

DE RIBEIRÃO PRETO

Uma mistura de materiais de construção, lixo reciclável, animais mortos e até peças de veículos se espalha pelo entorno de trilhos ferroviários ativos em bairros da zona norte de Ribeirão Preto.

O lixo gera transtornos a moradores dos bairros Vila Elisa, Vila Carvalho, Quintino Facci 2 e Adelino Simioni, que vivem próximos às linhas férreas, devido principalmente ao mau cheiro.

A dona de casa Fátima Sueli de Souza, 47, que mora no Quintino Facci 2, disse que é comum discutir com motoristas que param no entorno de sua casa para despejar entulhos perto dos trilhos.

Além da sujeira, há riscos aos moradores. Na última semana, uma garrafa plástica foi arremessada por um vagão no Simioni, quase atingindo uma criança.

Por causa disso, a comerciante Vera Lúcia Souza, 30, disse ter proibido o filho de brincar perto dos trilhos, que passam em frente à sua casa.

"Aqui, os próprios moradores jogam entulho. Às vezes algumas coisas espirram em quem está por perto."

Para o especialista em transportes da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Guaratinguetá José Bento Ferreira, a situação causa riscos ambientais e operacionais, por três motivos.

O primeiro, segundo ele, é que a concessionária não cuida bem de seu domínio. Já a prefeitura não implanta mecanismos para recolher resíduos volumosos e a população se aproveita da situação e joga lixo em local indevido.

Ainda conforme Ferreira, o acúmulo de detrito nas linhas férreas pode provocar a perda de velocidade do trem, resultar em fogo --dependendo da carga transportada-- e contaminar o solo e a água.

A solução, para ele, é a manutenção constante, com uma política municipal de tratamento desses detritos.

A prefeitura informou que a responsabilidade de limpeza é exclusiva da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica), que administra as linhas férreas que cortam Ribeirão Preto.

A concessionária afirmou limpar periodicamente o entorno dos trilhos e que é preciso auxílio do poder público.

MORADIA

O entorno da linha férrea em Ribeirão Preto é, ainda, utilizado como abrigo por um morador de rua. O desempregado Alex de Prado, 32, saiu de casa à procura de um local "seguro". Resolveu montar uma barraca a menos de um metro dos trilhos.

Ele disse que nem ouve o barulho do trem, que passa, segundo ele, às 5h.

"É bem mais tranquilo do que outros locais da cidade. Vim temporariamente para cá." A FCA diz que enviará equipe para averiguar o caso.


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