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Ribeirão

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Gavião já vive nova corrida ao emprego

Movimento se dá com a fabricação, pela Embraer, de avião cargueiro, cuja produção no município ainda não começou

Oportunidade para moradores da cidade disputarem as vagas na fábrica esbarra na baixa escolaridade

VENCESLAU BORLINA FILHO ENVIADO ESPECIAL A GAVIÃO PEIXOTO

O anúncio da fabricação do maior avião cargueiro do país pela Embraer provocou uma nova corrida ao emprego em Gavião Peixoto, município de 4.635 habitantes na região de Ribeirão Preto, onde a empresa mantém uma unidade.

A oportunidade de concorrer a uma das 600 vagas calculadas pela prefeitura esbarra, porém, nos baixos índices de escolaridade e profissionalização da população.

Parte da produção do KC-390 será feita na unidade de Gavião da Embraer, que tem sede em São José dos Campos, no Vale do Paraíba.

Segundo dados do IBGE, a taxa de analfabetismo entre a população de 15 anos ou mais é o dobro da registrada no Estado. E só 52% dos habitantes entre 18 e 24 anos têm ensino médio completo, quando, no Estado, são 58%.

A prefeitura colocou um carro de som nas ruas chamando trabalhadores com formação em elétrica e mecânica e, em parceria com o Senai, providenciou cursos técnicos nas áreas para quem tem ensino médio completo.

Cerca de cem pessoas já demonstraram interesse nas vagas da Embraer, de acordo com o diretor do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), Cláudio Barbosa. As mulheres correspondem a 40% da procura, segundo ele.

Ainda de acordo com o IBGE, 43,8% dos empregos formais na cidade estão na Embraer, única fábrica e a principal economia de Gavião.

NOVA ONDA

A produção do KC-390 nem começou, mas a busca pelas vagas agora lembra um pouco a corrida vivida em 2000, quando a Embraer foi anunciada no município.

Uma das novas pretendentes é Amanda Cristina Vicente da Silva, 18. Com ensino médio concluído no ano passado, ela vai fazer o curso de elétrica para tentar uma vaga. "Estou pronta para aprender. E quero ainda fazer uma faculdade de administração."

Na família de Amanda, a irmã e o cunhado já trabalham na Embraer de Gavião. Eles fabricam estofamento e móveis para as aeronaves. Em cinco anos na empresa, a irmã de Amanda realizou o sonho da casa própria. "Ela me disse para estudar bastante porque compensa."

Amiga dela, Ana Carolina Dias Aguiar, 18, também se inscreveu para o curso. Elas estiveram no PAT para preencher documentos após terem recebido um telegrama do posto de atendimento.

Já Marcos Roberto Furquim, 28, não tinha ideia de que poderia trabalhar na Embraer. Era ajudante numa usina de etanol na região e, ao ficar desempregado, ouviu o recado passado pelo carro de som e recorreu ao PAT.

"Tenho a esperança de conseguir uma vaga", afirmou ele, ao preencher a ficha no PAT de Gavião.


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