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Empórios se expandem em Ribeirão com público-alvo
Sete lojas foram abertas nos últimos 12 meses na cidade, diz levantamento
Alto poder de compra da população garante demanda com produtos exclusivos; oitava loja chega até final do ano
Talvez você não prepare mais que ovo frito ou não tenha treinado o paladar para distinguir uma cerveja pilsen e uma pale ale (tipo de cerveja com alta fermentação).
Mas se um dia tiver a necessidade de comprar trufas italianas e sal rosa do Himalaia, ou talvez escolher um vinho especial de excelente safra para acompanhar, não será preciso procurar muito em Ribeirão.
A cidade recebeu, nos últimos 12 meses, ao menos sete empórios --tipo de reedição requintada das antigas mercearias. O comércio aposta em bebidas e produtos importados para atrair os clientes. Há ainda uma oitava loja do ramo para ser aberta até o final deste ano em Ribeirão.
Os donos dos empórios apontam como razões para a expansão do setor o aumento no poder de compra do brasileiro e maior conhecimento do público sobre produtos importados e de qualidade.
Segundo eles, isso foi proporcionado em parte pela abertura da economia nos anos 1990, em parte pela disseminação do uso da internet e do acesso aos meios de comunicação disponíveis.
"Hoje o cliente até prefere consumir menos, mas com melhor qualidade", diz o gerente do Emporium Fiúsa, Jair Landim Merchan, 57.
Há 30 anos no ramo, ele diz que o público dos empórios busca novidade. Merchan aponta para a pilha de espumantes importados da Itália, expostos na entrada da loja. "Acabaram de chegar. Vendemos todo o primeiro lote", diz. "A loja tem de sempre buscar novidades. É o que dá continuidade ao negócio."
PODER DE COMPRA
Ribeirão é apontada como tendo um poder de compra maior que a média brasileira. A cidade possui um PIB per capita (o total de riquezas produzidas na cidade dividido pelo número de habitantes) de R$ 28.100, contra R$ 19.509 da média nacional, segundo os dados mais atuais do IBGE, do Censo de 2010.
"A cidade é um centro comercial. Muita gente das cidades vizinhas vem comprar aqui", afirma Merchan.
"Em Ribeirão, o público está ficando mais exigente. Gostando de produtos melhores", diz o empresário Eduardo Dotto, 39, um dos sócios do empório Bonami.
Na avaliação do economista Fred Guimarães, da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), a sobrevivência dos empórios está ligada à capacidade de consumo local.
"Acredito que haja uma probabilidade maior de um negócio dessa natureza dar certo em uma economia de consumo cerca de 40% superior à média brasileira", afirma.