Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Foco
Casa da família vira ponto de peregrinação na zona norte
FELIPE AMORIM DE RIBEIRÃO PRETOA casa onde vivia Joaquim Ponte Marques, 3, encontrado morto no rio Pardo no último domingo, tornou-se ponto de peregrinação de famílias, muitas acompanhadas dos filhos pequenos.
A maioria para, tira fotos, lê os cartazes no portão da casa, na rua Brigadeiro Tobias de Aguiar, no Jardim Independência, e observa as flores e brinquedos deixados na calçada como homenagem ao garoto e faz orações.
Questionadas sobre o motivo da visita, as pessoas citam revolta, tristeza e a necessidade de "ver para crer".
"A gente desliga a TV e parece que acabou, mas é real", disse o pintor Arnaldo Magri, 45, que, a pedido da mulher, foi ao local com os filhos gêmeos de um ano e 11 meses.
"Dói tanto que nem acredito", disse a professora de educação física Ádila Calore, 30, acompanhada da filha de três anos. Ela conta que foi a menina quem pediu para visitarem "o Joaquim".
A dona de casa Tatiane da Silva, 36, também afirmou que o pedido para a visita partiu do filho de dez anos.
Ela, o filho, o marido, a cunhada e um sobrinho, de 11, cruzaram a cidade desde o bairro Paulo Gomes Romeo para ver a casa onde morou Joaquim. "Fiquei chocada. Quem tem filho sabe como é."
Dali, a família aproveitaria o restante do feriado anteontem para fazer compras.
Em menos de uma hora, a Folha contou 15 adultos e seis crianças no local. Além deles, pessoas em três carros e duas motos pararam para olhar, sem descer dos veículos.
Nos cartazes que tomam a extensão do portão e do muro da casa, mensagens pela pena de morte e clamores de justiça dividem espaço com palavras de carinho a Joaquim --três delas assinadas por crianças.
Henrique, 5, registrou: "Feliz Joaquim [...] espero que esteja bom com o pai do céu".