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São Carlos tem um maestro só, diz prefeito Altomani
Tucano afirma ser centralizador e que todas as questões envolvendo o secretariado têm de passar pelo seu aval
Em menos de 11 meses de governo, administração já teve nove mudanças no primeiro escalão
Se depender da postura do prefeito Paulo Altomani (PSDB), São Carlos pode continuar assistindo a mudanças no comando de secretarias nos próximos anos.
Classificado como linha dura, o tucano não nega o papel de centralizador e faz questão de que todas as decisões sejam submetidas ao seu crivo. "Sou, mesmo [centralizador]", disse.
São Carlos foi a cidade entre as principais da região que mais teve mudanças no primeiro escalão neste ano: nove trocas. Leia, a seguir, trechos da entrevista à Folha.
(JOÃO ALBERTO PEDRINI)
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Folha - Das principais cidades da região, em nenhuma houve tantas mudanças no primeiro escalão como em São Carlos...
Paulo Altomani - Atitude do prefeito.
Alguns secretários que saíram disseram que o senhor é muito centralizador.
Sou mesmo. Aqui tem um maestro só. E todos têm de falar a mesma linguagem. Existe democracia, mas tem um comando único. Não tem um partido que comanda. Aqui quem comanda é o prefeito. O prefeito e o vice-prefeito.
Por que a prefeitura ignorou relatório do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP, que serviria como diretriz para a revisão do Plano Diretor?
Não foi ignorado, nós vamos acatar uma parte. Esse relatório tem muita teoria e pouca prática. O Plano Diretor consubstancia uma série de ações sociais. E esse relatório não mostra onde está o vetor econômico [para realizar essas ações], para que aumentemos a arrecadação.
Por que a prefeitura interditou o prédio do NAI (Núcleo de Atendimento Integrado)? [Em julho, o município anunciou que viu irregularidades]
Foi entregue inacabado, com pintura mal feita, portas usadas. Resolvemos não abrir. Estamos adequando ao nível de periculosidade dos jovens que vamos receber lá.
Já se sabe o que aconteceu?
Eu peguei a prefeitura com 42 obras paralisadas. Ou porque a empresa não recebeu ou porque eram empresas que não tinham capacidade.
E a questão do Hospital-Escola? A UFSCar defende que a gestão seja federal. Já a prefeitura pensa de forma diferente.
Eu defendo cogestão. É o município quem sabe as necessidades da população. É na porta do prefeito que o cidadão bate se precisa de algo.
A Cidade da Energia [que reuniria eventos do setor bionergético e pesquisas] foi definitivamente enterrada?
Não, retomamos e está em pé. A Embrapa se manifestou verbalmente, por meio de seu presidente, que a área pode ser novamente cedida. A Abimaq também manifestou interesse. Criamos uma equipe com a sociedade e pesquisadores para tocar o projeto.