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Ribeirão

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Após cinco anos, obras de Portinari serão restauradas

Igreja de Batatais será transformada em 'ateliê' aberto a visitação pública

Montagem de espaço começa nesta semana e restauro, em dezembro; cupim e infiltração ameaçaram o acervo

JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

Depois de cinco anos, muita cobrança da Igreja Católica e duas ações na Justiça, as 23 obras do pintor Candido Portinari, um dos maiores artistas brasileiros, serão restauradas na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, em Batatais.

Todo o trabalho de recuperação das telas, cercado de muita expectativa pela comunidade católica, moradores e apreciadores da arte de Portinari, poderá ser acompanhado pelo público, já que a igreja será transformada em "ateliê" durante o restauro.

As avarias nas telas foram identificadas entre 2008 e 2009, com ataques de cupins e infiltrações. Desde então, duas ações das Promotorias do Estado e da União cobraram o restauro. Nos dois casos, a Justiça determinou providências do poder público.

Segundo a restauradora Florence Maria White de Vera, que já recuperou outras obras do artista --particulares e as do Banco Central, em Brasília--, as pessoas poderão ver tudo, em horários a serem definidos pela igreja.

"A cidade tem todo o direito de acompanhar o que está sendo feito", disse.

O advogado da igreja, Túlio Pires de Carvalho, disse que o trabalho também será registrado em fotos e documentário, encomendados pela prefeitura e pela paróquia.

Uma parte das pinturas foi doada por Portinari à igreja em 1953. O restante, que retrata a Via Sacra, adquirida pela igreja e pela família Martins de Barros, tradicional na cidade, foi incorporado dois anos depois, em 1955.

Carvalho disse que é comum a confusão sobre o número de obras de Portinari na igreja, já que no altar-mor um conjunto é composto por várias pinturas. Ou seja, são 23 obras e 28 telas, no total.

Para o restauro, Florence disse que o ateliê será montado em um salão na própria igreja. A escritura de doação das obras não permite que as telas sejam retiradas, em hipótese alguma, do local.

A restauradora disse que as ferramentas --um caminhão de material-- começam a chegar terça a Batatais. A maioria é importada.

O trabalho --que custará R$ 374 mil ao Estado-- começa em dezembro e deve terminar em setembro de 2014.

Florence atuou no MAC (Museu de Arte Contemporânea), da USP, e se aposentou em 1997, quando abriu o ateliê. Calcula que restaurou cerca de 50 telas de Portinari.

Além de Batatais, na vizinha Brodowski, cidade natal de Portinari, suas obras já estão sendo restauradas e o museu que funciona na casa em que o artista morou deve ser reaberto no primeiro semestre do ano que vem.


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