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Envolto em dúvidas, caso Joaquim completa 1 mês
Delegado diz ter indícios de envolvimento de padrasto, mas não revela detalhes
Corpo do garoto foi achado cinco dias após o seu desaparecimento, no rio Pardo, a cerca de 150 km de Ribeirão
O caso envolvendo o suposto sumiço e a morte do garoto Joaquim Ponte Marques, 3, completa hoje um mês, ainda com muitas dúvidas sobre o que aconteceu na madrugada de 5 de novembro na casa da família, no Jardim Independência, em Ribeirão.
Naquele dia, a família procurou a polícia para comunicar o desaparecimento de Joaquim. A mãe e o padrasto do garoto, Natália Mingoni Ponte, 29, e Guilherme Raymo Longo, 28, apontados como os principais e únicos suspeitos, negam envolvimento.
Eles estão presos temporariamente desde o dia 10 de novembro, quando o corpo de Joaquim foi encontrado no rio Pardo, em Barretos. Até agora, no entanto, a polícia não disse quem matou Joaquim e qual foi o motivo (veja quadro nesta página).
O delegado Paulo Henrique Martins de Castro, responsável pelas investigações, disse ter desde 16 de novembro provas para pedir o indiciamento de Longo, mas ele não revela quais são.
Castro ainda não pediu o indiciamento do padrasto e afirmou, ontem, que estuda pedir a prorrogação do prazo do inquérito por mais 30 dias.
O delegado disse estar à espera de laudos periciais. "É preciso ver o que os resultados indicam", disse. "Sobre as provas, não posso falar nada", afirmou Castro.
A polícia ainda não recebeu a perícia toxicológica dos órgãos de Joaquim, que pode indicar, por exemplo, se o garoto morreu por ter recebido dose excessiva de insulina. O menino, diabético, usava a medicação diariamente.
Segundo especialistas, a insulina é metabolizada rapidamente pelo organismo, e seria difícil a perícia identificar uma superdosagem da substância no corpo.
A mãe de Joaquim também é tratada como suspeita pela polícia, mas Castro disse não possuir provas que possam incriminá-la. "Isso vai ser analisado com a chegada dos laudos", disse.
Tanto o delegado quanto o promotor que acompanha o caso, Marcus Tulio Alves Nicolino, dizem ter segurança de que o garoto foi morto dentro da casa da família e descartam que uma terceira pessoa tenha entrado no local.
A linha mais forte da investigação, segundo o promotor, é que o garoto tenha sido morto com uma dose forte de insulina. Ele disse ainda que investiga o fato de que uma das cinco ampolas do medicamento compradas pelo padrasto não ter sido achada.
Ontem, o delegado e a psicóloga Danielle Zeoti se encontraram com Longo na Seccional de Barretos, onde ele está preso. O padrasto conversou com a psicóloga, a sós, numa das salas da delegacia.
Castro afirmou que teve uma conversa "informal" com Longo, que não foi ouvido oficialmente.