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Arquivo digital exige cuidado, diz especialista
DE RIBEIRÃO PRETOCom as inovações digitais, a preservação de documentos se torna um desafio maior para pesquisadores e profissionais. E as redes sociais também exigem precauções.
É o que afirma José Eduardo Santarem Segundo, coordenador do curso de ciências da informação e da documentação da USP Ribeirão Preto.
Segundo ele, a digitalização e a disponibilização de imagens não autorizadas pode infringir direitos autorais.
Ele também alerta para o fato de que uma rede social atual pode ser obsoleta em alguns anos e ser substituída.
"Não há garantias de que o conteúdo disponível ali será preservado ou poderá ser resgatado em qualquer momento que se queira", disse.
Para Carlos Ditadi, técnico da coordenação geral de gestão de documentos do Arquivo Nacional, as redes sociais não estão alicerçadas com o objetivo de preservação a longo prazo. "Já houve o desaparecimento da Geocities, e, atualmente, o Orkut praticamente está desativado."
Para ele, seria importante que entidades públicas e privadas orientassem essas iniciativas para qualificá-las melhor no uso da tecnologia, tendo em vista a preservação a longo prazo.
Os especialistas advertem ainda para a fragilidade dos documentos digitais em relação ao formato analógico, que se mantêm acessíveis mesmo depois de um longo período --como os papiros.
Segundo o professor da USP, documentos digitais têm de passar por revisões periódicas no processo de preservação. Isso porque, de acordo com ele, a evolução dos softwares e hardwares pode tornar o documento digital inacessível para sempre.
"Atualmente existem técnicas, metodologias e protocolos adequados para a preservação digital", afirmou.