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Polícia abafa 'rolezinho' e cria clima tenso

Depoimento de jovem que participaria de evento em shopping gera queixas de grupos sociais e um novo protesto

Shopping afirma ter identificado mensagens com incitação à violência; polícia diz que agiu após queixa

GABRIELA YAMADA CAMILA TURTELLI DE RIBEIRÃO PRETO

A Polícia Civil de Ribeirão Preto abafou um "rolezinho" marcado para hoje à tarde no shopping Santa Úrsula, mas acabou gerando protestos e o anúncio de um novo ato, com ameaça de tumulto.

Anteontem, o delegado Haroldo Chaud, do 1º DP, ouviu Vinícius Cassiano, 18, um dos administradores do evento em uma rede social, após ser procurado pelo shopping.

Segundo o jovem, ele foi pressionado por dois delegados e representantes do shopping --o que foi negado pela polícia e o Santa Úrsula-- e informado de que era investigado por incitação ao crime.

Disse ter respondido a questões sobre terrorismo, ativismo e "black bloc" e que seria responsabilizado caso algum crime, inclusive homicídio, fosse registrado.

A atitude de Chaud suscitou a revolta de outros jovens, que decidiram remarcar o "rolezinho" --que, diz Cassiano, já tinha sido cancelado antes da ida à polícia--, no mesmo local e horário, além de gerar protestos da família e de movimentos sociais.

"Vamo cola tumultando a porra' toda, curtindo uns funk e pegando geral!", diz o convite feito na rede, criado ontem e com presença confirmada de 84 pessoas --no primeiro ato, eram 58.

Jonas Paschoalick, um dos líderes do Movimento Panelaço, que participou dos protestos que reuniram 25 mil pessoas em junho de 2013, disse que a atitude do delegado foi arbitrária.

O movimento é um dos nove que divulgaram nota de repúdio à atitude da polícia e declararam apoio a Cassiano.

"A polícia tem que se adaptar aos movimentos. Essa resistência só suscita a revolta", disse o promotor criminal Luiz Henrique Pacini Costa. Para ele, não houve incitação ao crime e a polícia, assustada com os casos na capital, busca se prevenir.

Anderson Polveiro, coordenador da comissão de direitos humanos da OAB de Ribeirão, classificou o caso como ato de constrangimento.

Já o também promotor criminal Manoel José Berça disse que enviou ofício em caráter de urgência ao comando da Polícia Militar pedindo reforço do policiamento hoje no entorno do shopping.

"A Polícia Militar deve, sob pena de omissão, empreender a força física se necessário para conter esses atos de vandalismo." Para ele, mesmo que as convocações pela internet não incitem claramente a violência, o que vale são as "intenções por trás".

O shopping disse à polícia que identificou mensagens com incitação à violência de pessoas que confirmaram presença no evento e que o ato poderia "afetar o bem-estar de clientes e lojistas".

Já a polícia disse que convidou o jovem a prestar esclarecimentos após o shopping registrar boletim de ocorrência.


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